Enxaqueca crônica: cerca de 148 milhões de pessoas ao redor do mundo sofrem com a doença!
Especialistas explicam quais os principais sintomas, como a diferenciar de uma dor de cabeça comum e cuidados preventivos

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A enxaqueca crônica é uma condição onde os pacientes sofrem dores de cabeça por 15 dias ou mais por mês, com enxaqueca em pelo menos 8. Isso significa que uma pessoa que sofre de enxaqueca crônica tem dor de cabeça ou enxaqueca por mais da metade dos dias do mês. De acordo com a American Migraine Foundation, a enxaqueca crônica é uma realidade desconfortável para cerca de 148 milhões de pessoas ao redor do mundo.
De acordo com o neurologista do Instituto de Neurologia de Goiânia, João Paulo Toiansk, a dor geralmente ocorre de um lado da cabeça, durando de horas a dias, pulsando/latejando, com intensidade moderada a alta, de modo que o paciente não consegue exercer suas atividades do dia a dia na vigência da dor, e com alguns sintomas associados, como aversão a sons e luz e náuseas e vômitos.
O especialista explica ainda que é importante que sejam descartadas outras doenças antes do diagnóstico de enxaqueca. Segundo ele, é importante que o próprio paciente observe quadros de desconforto e fique atento aos demais sintomas. João Paulo destaca também que o diagnóstico não deve ser feito por conta própria, e sim por um neurologista.
“É bem importante não assumir a dor como um problema de visão, estresse, ou uma sinusite e sair procurando profissionais que não sejam o neurologista. Existem dores de cabeça potencialmente fatais e outras que dão pistas para problemas mais graves. Tem dor de cabeça, procure um neurologista”, alerta Toiansk.
Cuidados importantes
O neurologista Vicente Mamede, também do instituto, explica que para cada paciente existe um tipo de tratamento, mas que analgésicos não devem ser tomados por conta própria e que procurar um neurologista é a melhor opção. Ele conta que é recomendado que os pacientes prezem por boas noites de sono e tenham atenção aos seus gatilhos individuais.
“Pacientes com enxaqueca crônica devem ser devidamente medicados com remédios que vão prevenir os episódios de dor. Essas medicações são tomadas com frequência regular já que o objetivo é a prevenção. Além da medicação, as mudanças no estilo de vida, como prática regular de atividade física, corroboram para uma menor frequência dos episódios”, diz o neurologista.
Vicente relata que a alimentação é um fator importante para evitar crises, mas conta que não existe uma lista de alimentos proibidos para todos os pacientes que têm o diagnóstico, como se acreditava no passado. Ele destaca que é importante evitar os abusos e que cada um precisa ficar atento ao que pode ou não prejudicar o próprio bem-estar.
“O chocolate, por exemplo, vilão da enxaqueca por anos, hoje tem o benefício da dúvida. Alguns estudos mostram que o paciente tem uma maior vontade de comer doces na fase antes da crise. Assim, o chocolate seria a consequência e não a causa. No entanto, sempre é recomendado aos pacientes que conheçam seus próprios gatilhos alimentícios, para que possam prevenir episódios causados pela alimentação”, finaliza Mamede.