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Escola afro-brasileira em Salvador retorna aulas presenciais sem obrigatoriedade

Maria Felipa é a única instituição de educação infantil trilíngue do país

Por Da Redação
Ás

Escola afro-brasileira em Salvador retorna aulas presenciais sem obrigatoriedade

Foto: Divulgação

A escolinha de educação infantil afro-brasileira e trilíngue Maria Felipa, localizada em Salvador, retorna com as aulas semipresenciais no dia 30 de agosto. Pioneira em oferecer um projeto pedagógico centrado na educação antirracista e sob óticas africanas e indígenas, a instituição afirma que o retorno é importante porque uma grande parcela das crianças foram afetadas de forma negativa pelo ensino a distancia durante a pandemia. 

A escola assegura, no entanto, um retorno responsável. Devido à pandemia, a reabertura acontecerá de forma gradual e dentro dos padrões de segurança sanitária para conter a propagação da Covid-19. Além disso, toda a equipe da escola e responsáveis já foram imunizados com a segunda dose das vacinas. Como instituição que deve encorajar e impulsionar as crianças, a escola, segundo a idealizadora e consultora pedagógica da Maria Felipa, Bárbara Carine, é propulsora de um debate importante que avalia a importância do reencontro e afro-afetividade entre as crianças que estão há bastante tempo sem se ver e ter antigos e necessários padrões de sociabilidade.

Em um contexto novo e sendo a educação um dos setores sociais que ficou frente à necessidade de criação de estratégias para continuidade das atividades, a escolinha dividiu os anseios com os responsáveis, em respeito a decisão das famílias em retornar ou não, e optou por não ser determinista. Dessa forma, o responsável que ainda não se sente seguro para enviar a criança pode optar por permanecer com o ensino remoto. 

“Não só em respeito às famílias locais, como em respeito às famílias de outras cidades e estados, matriculadas na nossa escola, manteremos a palavra de ter ensino remoto até o final deste ano, mas com a possibilidade do ensino presencial. Então, teremos aulas tanto EAD como presenciais, com tudo o que a escola oferece em ambos os formatos”, afirma Bárbara Carine.

A escola volta tardiamente comparada a outras da cidade de Salvador, mas no limite esperado, já que, infelizmente, no país as crianças ainda não tem previsão de serem vacinadas. “Fomos pacientes e de acordo com a OMS [Organização Mundial da Saúde], pesquisas e outras entidades nacionais. Hoje nós entendemos que, além de estarmos em uma certa convivência coletiva com o vírus, já que não sabemos quando se conterá, o retorno tanto é importante para a criança e seu desenvolvimento, como entendemos que não há mais nada que possamos fazer”, afirma Maju Passos, sócia da escolinha.

Para Cristiane Coelho, diretora da escola, é preciso pensar na escola como um espaço de descobertas e estímulos necessários e importantes. “Na escola nós temos diferentes ambientes, perspectivas, objetos. As maneiras de ser, estar, pensar, acontecem também dentro do espaço escolar e, pensando na socialização e interações para o desenvolvimento humano desde os anos iniciais, esta foi uma lacuna que ficou sem ser preenchida, diante de habilidades que precisam ser trabalhadas. Agora migramos para o formato híbrido para que possamos contemplar todas as nossas crianças na prática cuidadosa, dentro do que é permitido, para que trabalhem essas habilidades”, afirmou.

Localização e organização 

A instituição de ensino infantil, localizada na Rua Barão do Triunfo, no bairro da Federação, é afrocentrada, afro-afetiva, anti-opressiva, valoriza a diversidade e também é trilíngue (português, inglês e libras).

Em relação à organização didático-pedagógica, cada turma é nomeada por um reino/império africano que norteará os estudos dos grupos, sendo eles, Império Inca (G2 - 02 anos), Reino Daomé (G3 - 03 anos ), Império Maia (G4 - 04 anos), Império Ashanti (G5 - 05 anos) e Reino de Mali (1° ano fundamental).
 

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