Especialista diz que decisão sobre saída de Witzel do Palácio "Foi um duro golpe e inesperado"
Tribunal responsável pelo julgamento do impeachment determinou saída do governador afastado nesta quinta-feira (6)

Foto: Reprodução/Agência Brasil
O Tribunal Especial Misto que julga o processo de impeachment do governador afastado do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, decidiu nesta quinta-feira (5) dar continuidade ao rito e ainda determinou que o governador deixe o palácio, onde vive com a mulher e três filhos. Além disso, deputados e desembargadores aceitaram um pedido da Assembleia Legislativa, aprovado em setembro, de redução de um terço de seu salário, que cairá de R$ 19,6 mil para R$ 13,1 mil.
Na avaliação do cientista político Paulo Baía, a decisão simboliza a fragilidade de Witzel no processo. "Durante o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, ela foi autorizada a permanecer no Palácio da Alvorada até o último dia. Por similitude, esperava-se que o mesmo aconteceria com Witzel, mas não foi o que vimos. Essa decisão é um duro e inesperado golpe para o governador afastado", ponderou.
No mês passado, a Justiça do Rio negou um pedido feito por um advogado, em uma ação popular, para que a família Witzel fosse despejada do palácio. Foi lembrado que a decisão do STJ (Superior Tribunal de Justiça) que afastou o governador de suas funções, em agosto, autorizou sua permanência no imóvel. A defesa foi feita por sua mulher, Helena.
Procurados pelo jornal O Globo, os advogados de Wilson Witzel não responderam se pretendem recorrer da decisão de despejar o governador afastado e sua família do Palácio Laranjeiras. Também procurada pelo jornal, a assessoria de imprensa de Witzel também não se manifestou. Já a assessoria de imprensa do Palácio Guanabara informou que não se pronunciaria sobre o tema.