Especialistas levantam possibilidade de Oumuamua ser um iceberg espacial de nitrogênio

Teoria foi desenvolvida por especialistas americanos em astrofísica

[Especialistas levantam possibilidade de Oumuamua ser um iceberg espacial de nitrogênio]

FOTO: Reprodução/Nasa

Jamais um corpo espacial despertou tanta curiosidade e teorias sobre sua origem como "Oumuamua" (“batedor de um passado distante” em havaiano). Desde sua descoberta, esse estranho objeto, nascido fora do nosso sistema solar (a única certeza que os astrônomos têm) já recebeu inúmeras explicações para sua composição. De sonda alienígena a charuto de poeira, de restos de um planeta a hidrogênio molecular, agora a novela ganha um novo capítulo: ele seria feito de gelo de nitrogênio. Em meados do ano passado, os astrofísicos Darryl Seligman e Gregory Laughlin sugeriram que “as propriedades do ’Oumuamua podem ser explicadas se ele contiver uma fração significativa de gelo de hidrogênio molecular (H2)”. 

O problema é que, se isso fosse verdade, o misterioso corpo espacial teria evaporado completamente em sua jornada antes mesmo de entrar em nosso sistema solar. Porém, a ideia dos pesquisadores da Universidade de Yale fez cócegas na mente de dois astrônomos da Universidade Estadual do Arizona: a sublimação do hidrogênio (o que provocaria a aceleração não gravitacional do ‘Oumuamua pelo sistema solar) não seria lenta o suficiente para explicar a existência do estranho charuto extraterrestre, mas a do gelo de nitrogênio, sim. Considerando que ambos originados no Cinturão de Kuiper. 

O Cinturão tem uma área que se estende da órbita de Netuno até 50 UA (uma unidade astronômica equivale à distância entre a Terra e o Sol), ele reúne milhares de corpos celestes, de pequenas rochas a gigantes como Plutão, Caronte e Éris. Em comum, eles têm a grossa capa de gelo de nitrogênio que os recobre. Quando Netuno (o planeta mais externo do sistema solar) se aproxima desse cinturão de objetos, sua força gravitacional os espalha, fazendo com que alguns sejam lançados na direção do Sol ou mesmo para fora do sistema solar; muitos acabam se chocando entre si, fazendo surgir objetos menores como resultado dessas colisões. 

Esse movimento gravitacional acaba produzindo um quatrilhão de fragmentos de gelo. A maior parte desses objetos (em média, de até cem metros) é basicamente formada de gelo de nitrogênio. Segundo Jackson e Desch, um fragmento resultante dessas colisões sobreviveria tempo suficiente vagando pelo meio interestelar (pelo menos 500 milhões de anos, mesmo sofrendo a inevitável erosão). Os dois cientistas calculam que 0,1% de todos os objetos da Nuvem de Oort (uma região a um ano-luz do Sol, além do alcance de qualquer telescópio) seriam compostos de gelo de nitrogênio.


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