Estados Unidos voltam oficialmente ao Acordo de Paris sobre o clima
Governo planeja cortes drásticos na emissão de gases de efeito estufa

Foto: Reuters
Os Estados Unidos voltaram oficialmente nesta sexta-feira (19), a integrar o Acordo de Paris sobre o clima. Cientistas e diplomatas estrangeiros saudaram a volta dos EUA ao tratado, que se tornou oficial 30 dias depois que o presidente Joe Biden determinou a medida em seu primeiro dia no cargo. Desde que quase 200 países assinaram o pacto de 2015 para evitar a mudança climática catastrófica, os EUA foram os únicos a sair. Na época, o ex-presidente Donald Trump adotou a ação, alegando que uma ação climática seria cara demais.
O enviado dos EUA para o clima, John Kerry, participa nesta sexta (19), de eventos virtuais para marcar a volta dos EUA, aparecendo com os embaixadores do Reino Unido e da Itália, o secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, e o enviado de ambição climática da ONU, Michael Bloomberg. Biden prometeu traçar uma rota para zerar as emissões norte-americanas até 2050. Cientistas disseram que essa meta está alinhada ao que é necessário, mas enfatizaram que as emissões mundiais precisam cair pela metade até 2030 para evitar impactos mais devastadores do aquecimento global.
Kerry e a conselheira climática doméstica de Biden, Gina McCarthy, estão elaborando novos regulamentos e incentivos com o objetivo de acelerar a produção de energia limpa e a transição dos combustíveis fósseis. A próxima conferência climática da ONU será em Glasgow, em novembro. Desde quando assumiu a presidência, Biden já assinou mais de uma dúzia de decretos relacionados à mudança climática e mobilizou todas as agências federais para que ajudassem a moldar a reação do governo. Apesar do entusiasmo com a volta dos EUA às negociações mundiais, especialistas dizem que o caminho à frente não será fácil.