Estresse repentino é causa de 15% dos casos de infarto, aponta pesquisa

Fatores psicológicos e ansiedade são apontados como os principais desencadeadores da doença

Por Da Redação
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Estresse repentino é causa de 15% dos casos de infarto, aponta pesquisa

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Um estudo realizado pela American Heart Association apontou que a taxa de mortes por pressão alta aumentou 13% na última década. O Brasil aparece em sexto lugar neste ranking, que abrange dados de 190 países. Neste caso, os fatores psicológicos, estresse, ansiedade e certos traços de personalidade são apontados como os principais desencadeadores da doença.
 
Segundo o Ministério da Saúde, desde 2013, os episódios de infarto entre adultos com até 30 anos subiram 13%. O estresse repentino é a causa de cerca de 15% dos casos de infarto.
 
“Além de hereditariedade, genética e estilo de vida, a pressão alta tem causas emocionais profundas. O estresse aumenta o ritmo cardíaco, acelera a respiração, libera adrenalina, noradrenalina e cortisol, colocando o corpo em estado de alerta, o que, até certo ponto, é normal e benéfico para o organismo, que fica pronto para a ação. Uma sobrecarga desses hormônios, porém, é extremamente prejudicial para a saúde”, explica Claudia Chang, pós-doutora em endocrinologia e metabologia pela USP, membro da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM) e coordenadora e professora da pós-graduação em Endocrinologia do Instituto Superior de Medicina (ISMD).
 
O estresse se desenvolve em diferentes fases. O primeiro estágio inclui o estado de alerta, e isso acontece sempre que nos deparamos com qualquer situação que nos tire de uma zona de conforto, incluindo imprevistos e exposição repetitiva a ambientes e situações de tensão. Trata-se de uma reação natural: o cérebro interpreta algo como perigo e nos prepara para os comportamentos de luta ou fuga.
 
“Na fase de alerta, o corpo aumenta a produção de adrenalina e cortisol, neurotransmissores que nos deixam mais ligados, enérgicos e preparados para a ação. Se o ativador do estresse desaparecer, o indivíduo retorna ao seu estado normal, sem prejuízos”, diz Claudia Chang.
 
No entanto, se o evento estressor persistir, seja no contexto real ou na sua mente em forma de preocupações, essas substâncias podem ter efeitos diversos no organismo. “A pessoa passa para um nível mais alto de estresse: a fase de resistência. Nesse estágio, os sintomas começam a se agravar e surge um intenso cansaço físico e mental”. “Diante de níveis elevados e persistentes de estresse, há um risco aumentado para pessoas hipertensas, que ficam mais propensas a serem acometidas por acidente vascular cerebral (AVC), infarto e outras doenças cardiovasculares”, completa Claudia Chang.
 
Como evitar que o estresse afete a pressão arterial

Além do acompanhamento médico regular, há formas simples de diminuir os efeitos do estresse na pressão alta: a realização de atividade física; ter atenção ao peso, para evitar problemas cardíacos; evitar o fumo e o consumo de álcool; e monitorar a pressão.

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