Estudantes da Bahia criam luvas biodegradáveis de sisal e ganham destaque nacional
Iniciativa do Cetep Araci propõe alternativa sustentável ao uso de EPIs

Foto: Reprodução
Um projeto desenvolvido por alunas do curso técnico em Análises Clínicas do Centro Territorial de Educação Profissional (Cetep) Araci, cidade na Bahia, ganhou repercussão após a criação de luvas biodegradáveis feitas de fibras de sisal.
O projeto, que tem orientação da professora Pachiele Cabral, nasceu em abril de 2022 com o propósito de auxiliar no combate à poluição causada pelos resíduos plásticos descartáveis, especial os Equipamentos de Proteção Individual (EPIs).
Além do caráter sustentável, com a utilização do sisal, planta conhecida como "ouro verde" do semiárido, o projeto também explora os antimicrobianos e terapêuticos do sisal, além da sua capacidade antialérgica.
De acordo com o grupo, as luvas são feitas com um bioplástico produzido a partir da Agave sisalana, e apresentam características promissoras: resistem a temperaturas de até 160 °C, possuem propriedades antialérgicas e antimicrobianas, e se decompõem em apenas três semanas. Em comparação, uma luva convencional de látex pode levar até 400 anos para se degradar.
O material ainda está em fase de desenvolvimento, com apoio técnico da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB), polo de Feira de Santana.
O pedido de patente do projeto também já foi protocolado junto ao Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI).
Reconhecimento nacional
O projeto já rendeu três prêmio ao grupo na Feira Brasileira de Ciências e Engenharia (Febrace), realizada na Universidade de São Paulo (USP), considerada a maior feira científica da América Latina.
As alunas também venceram a etapa nacional do Prêmio Solve for Tomorrow, da Samsung e conquistaram o primeiro lugar pelo júri popular.