Estudo aponta que duas a cada três mortes de bebês poderiam ser evitadas no Brasil
Observatório de Saúde na Infância chama atenção para importância da atenção básica de saúde, amamentação e vacinação

Foto: Agência Brasil
Um estudo do Observatório de Saúde da Infância, com pesquisadores da Fiocruz e do Centro Universitário Arthur de Sá Earp Neto, mostra que duas a cada três mortes de bebês de até um ano poderiam ser evitadas no Brasil, por meio de acesso à atenção básica de saúde, amamentação e vacinação.
O levantamento aponta para uma média de 22 mil mortes anuais de bebês de até um ano nos últimos três anos. Segundo Cristiano Boccolini, que atua no Observatório de Informação em Saúde do Instituto de Comunicação e Informação Científica Tecnológica em Saúde (Icict/Fiocruz), países desenvolvidos têm uma taxa de dois óbitos para mil nascimentos nessa faixa etária enquanto, no Brasil, são 11,87 por mil.
O Observatório de Saúde na Infância listou problemas que poderiam ser resolvidos pelo atendimento na rede básica de saúde, desde o pré-natal até diagnóstico e tratamento, como diarréia, pneumonia e infecções no nascimento.
A queda na cobertura vacinal também foi uma preocupação pontuada no estudo. Patrícia Boccolini, pesquisadora vinculada ao Núcleo de Informação, Políticas Públicas e Inclusão (NIPPIS), aponta uma série de fatores para a queda na vacinação de crianças, como “o aumento da desinformação em relação à vacina” e a despreocupação das pessoas devido ao sucesso do plano de imunização.
Na segunda-feira (2), começou a segunda etapa da campanha nacional contra a influenza e o sarampo, que tem as crianças entre seis meses a menores de cinco anos entre os grupos prioritários. No final de abril, a Unicef chamou atenção para o risco de retorno de doenças como sarampo e poliomielite devido à baixa cobertura vacinal de crianças.