Estudo aponta que Lua perdida pode ter formado os anéis de Saturno
Pesquisa foi publicada na quinta-feira (15) na revista Science

Foto: Foto: Nasa / ESA/ A. Simon (GSFC), M.H. Wong (Universidade da California, Berkeley) e OPAL
Apesar de não existir um consenso entre os especialistas sobre a origem ou formação dos anéis imensos de Saturno, um estudo publicado nesta quinta-feira (15) na revista Science traz uma hipótese para resolver esse mistério. A pesquisa argumenta que há 100 milhões de anos rompeu-se uma lua que se aproximou demais de Saturno e seus vestígios ficaram na órbita do planeta.
“Os anéis de Saturno foram descobertos por Galileu há uns 400 anos, e são dos objetos mais interessantes de se observar no sistema solar através de um pequeno telescópio”, detalha Jack Wisdom, autor do estudo. “É satisfatório ter encontrado uma explicação plausível sobre a formação dos anéis", acrescentou o professor de ciências planetárias do Massachusetts Institute of Technology (MIT) à AFP.
Saturno é o sexto planeta em torno do Sol e se formou há 4,5 bilhões de anos, nas origens do sistema solar. Há algumas décadas, no entanto, cientistas afirmaram que os anéis do planeta apareceram muito depois, há uns 100 milhões de anos. Essa afirmação foi reforçada por observações da sonda Cassini, lançada em 1997 e aposentada em 2017.
Para determinar o que causou a formação dos anéis, Wisdom e seus colegas construíram um modelo complexo que permite explicar seu aparecimento recente e entender também a inclinação do planeta.
O eixo de rotação de Saturno está inclinado 26,7° em relação à sua vertical. Os cientistas anteciparam a hipótese de que uma Lua de órbita caótica se aproximou demais de Saturno, até que forças gravitacionais contraditórias causaram sua ruptura.
“Rompeu-se em vários pedaços e estes pedaços, também deslocados, formaram pouco a pouco os anéis”, explica Wisdom.
Wisdom batizou a lua Chrysalis (Crisálida), comparando o aparecimento dos anéis de Saturno a uma borboleta que emerge de um casulo.