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Estudo aponta que Terras Indígenas ajudam a reduzir doenças ligadas a queimadas e infecções tropicais

Pesquisa publicada na revista Nature mostra que áreas legalmente protegidas têm impacto direto na saúde

Por Da Redação
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Estudo aponta que Terras Indígenas ajudam a reduzir doenças ligadas a queimadas e infecções tropicais

Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

Um estudo conduzido por pesquisadoras brasileiras concluiu que as Terras Indígenas (TIs), especialmente as legalmente demarcadas, desempenham papel decisivo na redução de doenças respiratórias associadas à poluição de queimadas e de infecções tropicais em municípios localizados num raio de até 500 quilômetros. Os resultados foram publicados neste mês na revista científica Nature.

“Nossas descobertas reforçam a importância do reconhecimento legal das Terras Indígenas (TIs), não apenas para conter o desmatamento, mas também para melhorar a saúde humana local”, aponta o artigo.

A pesquisa analisou dados de 2000 a 2019 em nove países da região amazônica e, em paralelo, avaliou o impacto das TIs na Mata Atlântica, obtendo resultados semelhantes. O trabalho foi coordenado por Julia Barreto, do Instituto de Estudos Avançados da USP, e Paula Prist, da União Internacional para a Conservação da Natureza.

Segundo as autoras, o material particulado emitido pelas queimadas, com menos de 2,5 micrômetros, alcança grandes distâncias e provoca desde problemas respiratórios até aumento de doenças cardiovasculares. “A maior importância disso é a de que, quanto mais anos a gente tem, menor fica a variação decorrente de anos atípicos (...). A série temporal longa permite mais acurácia na pesquisa, com uma resposta mais robusta”, explicou Paula Prist.

O estudo mostra que a preservação florestal em áreas indígenas atua como barreira contra a disseminação de poluentes e doenças, beneficiando não apenas os povos originários, mas também populações urbanas próximas. “A importância desses territórios está além do reconhecimento do direito ancestral. Eles têm um papel sobre a saúde humana, com evidências de seus benefícios”, afirmou Julia Barreto.

Os dados coletados estão disponíveis para outros grupos de pesquisa, com o objetivo de fortalecer políticas públicas e ampliar o reconhecimento do papel das Terras Indígenas na conservação ambiental e na saúde coletiva.
 

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