A renomada revista científica The Lancet confirmou preocupação com os dados de um estudo relacionado a utilização da cloroquina e hidroxicloroquina no tratamento da Covid-19, publicado pelo própria revista em maio. A pesquisa, que teve 96 mil participantes, deu indícios preliminares de que os medicamentos não apresentam benefícios no tratamento contra a doença causada pelo novo coronavírus.

A pesquisa ainda identificou que as substâncias podem causar quadros de arritmia cardíaca. Contudo, segundo comunicado divulgado, na última terça-feira (2), pelos editores da The Lancet, uma auditoria independente está analisando a qualidade dos dados usados no estudo e os resultados devem ser apresentados em breve.

Relembre a pesquisa

A pesquisa, feita no dia 22 de maio, aplicou quatro tipos de tratamento a 14.888 pacientes. Do grupo, 1.868 participantes receberam somente cloroquina, enquanto 3.016 tomaram hidroxicloroquina, outros 3.783 experimentaram uma combinação de cloroquina e macrólidos (classe de antibióticos de que a azitromicina faz parte) e 6.221 tomaram a hidroxicloroquina e macrólidos. O resto da amosta, o total de 81.144 pessoas, fez parte do grupo de controle e não recebeu nenhuma substância.

O estudo abrangeu pacientes internados em 671 hospitais, de seis continentes. As internações aconteceram entre os dia 20 de dezembro de 2019 e 14 de abril deste ano. Diante do elevado número de participantes, a pesquisa foi descrita como o maior ensaio clínico de medicamentos contra o novo coronavírus já feito. Inclusive, o projeto fez a Organização Mundial da Saúde suspender protocolos de testes clínicos com cloroquina e hidroxicloroquina em pacientes que tenham a Covid-19.

Na última sexta-feira (29), a The Lancet divulgou outro comunicado destacando para uma correção relacionada a dados do estudo, porém, de acordo com a revista, as alterações não afetaram os resultados da pesquisa.