Estudo indica que memória imunológica é peça fundamental na proteção contra a Covid-19
Reação entre as células do sistema imunológico pode ter relação com o motivo pelo qual as pessoas adoecem
Estudos revelam que a "memória" do sistema imunológico desempenha um papel estratégico na proteção contra o novo coronavírus (Covid-19), já que a defesa do corpo humano é considerada a mais poderosa e complexa.
A reação entre as células do sistema imunológico teria relação com o motivo pelo qual as pessoas adoecem e se recuperam, no entanto, em casos mais graves, as pessoas precisam de respirar ou morrer em decorrência da Covid-19.
Os estudos, americano e alemão, sugerem que a resposta está em uma reação cruzada aos outros quatro vírus comuns na população mundial, e que representam 20% dos casos de resfriados comuns. Apesar dos vírus não serem iguais, há semelhanças que poderiam acionar a defesa imunológica.
Os estudos reforçam a hipótese de que a defesa não está relacionada a anticorpos, e sim à ação de células “de memória” do sistema imunológico, os linfócitos CD4 e CD8.
Se essa hipótese for confirmada, ela pode ajuda a saber o quanto imune à Covid-19 uma pessoa é, e oferece uma forma eficiente de testar vacinas.
A pesquisa alemã, da Universidade de Berlim e do Instituto Max Planck de Genética Molecular, mostrou reatividade cruzada a outros coronavírus em linfócitos de pacientes com Covid-19 e em pessoas não infectadas.
O estudo salienta que as células CD4 e CD8 “podem ser cruciais para compreender as manifestações tão diferentes da infecção pelo Sars-CoV-2 e, particularmente, a alta taxa de assintomáticos e de crianças e adultos jovens com quadros mais leves. Uma vez que estes, em geral, têm mais contatos sociais do que os idosos e, por isso, poderiam ser mais infectados pelos demais coronavírus”.
Já o estudo americano sobre a imunidade celular foi publicado no site da revista científica “Cell”. E foi desenvolvido pelo Instituto de Imunologia de La Jolla, nos Estados Unidos. A pesquisa revelou uma resposta contra o Sars-CoV-2 num grupo de 20 adultos que se recuperam de Covid-19.
“Vimos uma potente reação à presença da proteína S do vírus, a que é usada por ele para invadir células humanas. É uma boa notícia para o desenvolvimento de vacinas”, escreveram os autores.
