Estudo mostra que variante P1 do coronavírus pode escapar de anticorpos

Habilidade permitira que mutação predominante no Brasil cause reinfecção de pacientes

Por Da Redação
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Estudo mostra que variante P1 do coronavírus pode escapar de anticorpos

Foto: Reprodução/A Gazeta

A variante P1 do coronavírus, rebatizada de gamma pela Organização Mundial de Saúde (OMS), pode ser uma das responsáveis por dar impulso a uma terceira onda da pandemia para a qual a maioria da população estará vulnerável. Inclusive quem já teve Covid-19 e, em tese, conta com anticorpos neutralizantes, mas ainda não recebeu as duas doses das vacinas.

Um novo estudo mostra que a mutação dominante no Brasil pode escapar dos anticorpos da infecção natural pela Covid-19, o que evidencia significativo potencial de reinfecção. Porém, a gamma não consegue fugir das vacinas em uso no Brasil. Os cientistas destacam a urgência de aumentar o ritmo de vacinação no Brasil e de manter cuidados de distanciamento social e higiene.

Apenas 10,74% da população recebeu duas doses e, assim, está imunizada. A segunda onda foi puxada, sobretudo em seu início, pela variante P2, agora chamada de zeta. Mas essa variante, originada no estado do Rio de Janeiro e que rapidamente se espalhou pelo Brasil entre o fim de 2020 e o início de 2021, não consegue se livrar do ataque dos anticorpos gerados por infecção anterior, de acordo com o novo estudo.

"Embora a gamma seja muito importante na segunda onda, se tivermos uma terceira onda ela será absoluta. Isso significa maior probabilidade de reinfecções e de novos casos, pois ela é mais transmissível, gera enorme carga viral. O predomínio da gamma agora é uma diferença muito importante", afirma o coordenador do estudo e pesquisador da Fiocruz Pernambuco, Roberto Lins. Ele explica que as vacinas, por ora, continuam eficientes porque elas promovem uma reação de defesa mais homogênea e efetiva do que a natural.

Logo, as defesas naturais dependem da carga viral recebida e de características individuais do sistema imunológico. "Há combustível para o Brasil explodir numa terceira onda. Só teremos segurança quando 75% da população tiver recebido duas doses de vacina. Quem já teve Covid-19 pode ter de novo, se não for vacinado. Essas variantes do vírus, que surgem e se espalham justamente devido à alta circulação, podem escapar da imunidade natural", salienta.

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