Estudo revela que consumo de água engarrafada pode causar ingestão de nanoplásticos

Um recente artigo publicado na revista Proceedings of the National Academy of Sciences descobriu que a cada litro de água engarrafada, são ingeridos aproximadamente 240 mil partículas microscópicas de plástico. A maioria dessas partículas, denominadas nanoplásticos, mede menos de um micrômetro, representando uma ameaça ainda mais significativa do que os conhecidos microplásticos.

Conduzido por pesquisadores da Universidade de Columbia, o estudo identificou sete tipos diferentes de moléculas de plástico em amostras de água engarrafada. Os resultados revelaram que 90% das partículas de plástico eram nanoplásticos, enquanto apenas 10% eram microplásticos maiores. Essa constatação ressalta a presença pervasiva e potencialmente mais perigosa dessas minúsculas partículas.

Segundo o The Washington Post, especialista em sustentabilidade da Penn State Behrend, Sherri Mason, comparou o desprendimento contínuo de partículas de plástico à descamação da pele, destacando que esses materiais estão constantemente sendo liberados na água, nos alimentos e em qualquer substância que toquem.

Embora a comunidade científica ainda não tenha estabelecido conclusivamente os riscos à saúde associados aos nanoplásticos, o estudo levanta preocupações sobre a possibilidade de essas partículas, devido ao seu tamanho diminuto, penetrarem no sangue, no fígado e no cérebro humano. A Organização Mundial da Saúde (OMS), em uma revisão de 2019, reconheceu a urgência de mais pesquisas sobre microplásticos na água, indicando que as evidências existentes não eram suficientes para fazer afirmações firmes sobre seus impactos na saúde.

Os pesquisadores identificaram a presença de nanoplásticos não apenas na água engarrafada, mas também na água da torneira, embora em quantidades menores. Além disso, o estudo levanta a possibilidade de que o plástico esteja entrando na água tanto pelo processo de engarrafamento quanto pelo uso de filtros de água.