Ex-ministros e ex-presidentes do BC cobram do governo ações para desmatamento zero da Amazônia

Uma carta ambiental assinada por 17 ex-ministros da Fazenda e ex-presidentes do Banco Central cobra do governo federal ações para que seja zero o número de desmatamento da Amazônia e cerrado. O documento que foi divulgado nesta terça-feira (14), sugere que o baixo carbono seja investido nas novas tecnologias, além de aumentar a cooperação internacional para este objetivo. 

“Nós, ex-ministros da Fazenda e ex-presidentes do Banco Central do Brasil, defendemos que critérios de redução das emissões e do estoque de gases de efeito estufa na atmosfera, e de resiliência aos impactos da mudança do clima sejam integrados à gestão da política econômica. Esses critérios já são, e serão cada vez mais, baseados em tecnologias compatíveis com o aumento da produtividade da nossa economia, a geração de empregos e a redução da desigualdade no Brasil”, afirma a carta, coordenada pelo Instituto Clima e Sociedade (iCS) e pelo Instituto O Mundo Que Queremos.

Antigos membros da equipe econômica ressaltaram que "descuidar" do que se refere ao clima pode trazer custos maior que o da pandemia de Covid-19 ao governo federal. A carta ainda frisa o aumento do desmatamento e alerta que os mercados financeiros também calculam os riscos de longo prazo na área ambiental. 

“O prejuízo do desmatamento tem levado diversos parceiros comerciais importantes e investidores estrangeiros no Brasil a expressarem veementemente seu descontentamento e preocupação, que certamente se traduzirão em menores fluxos de comércio e investimentos no País”, destaca o documento. “A crescente disciplina da precificação dos riscos ambientais, inclusive sistêmicos, deverá fortalecer o compromisso com os objetivos de governança, sociais e ambientais”, completa o texto.

Membros que assinaram a carta

Entre ex-ministros da Fazenda estão: Luiz Carlos Bresser-Pereira (1987), Maílson da Nóbrega (1987-1990), Zélia Cardoso de Mello (1990-1991), Marcílio Marques Moreira (1991-1992), Gustavo Krause (1992), Fernando Henrique Cardoso (1993-1994, depois presidente da República entre 1995 e 2002), Rubens Ricupero (1994), Pedro Malan (1995-2003, também presidiu o BC entre 1993 e 1994), Joaquim Levy (2015), Nelson Barbosa (2015-2016), Henrique Meirelles (2016-2018, também presidiu o BC entre 2003 e 2011) e Eduardo Guardia (2018).

Entre os ex-presidentes do Banco Central estão: Gustavo Loyola (1992-1993 e 1995-1997), Pérsio Arida (1995), Armínio Fraga (1999-2003), Alexandre Tombini (2011-2016) e Ilan Goldfajn (2016-2019).