Ex-secretário do Amazonas afirma que procurou Pazuello antes do estopim do colapso sanitário em Manaus
À CPI, o ex-ministro Pazuello disse que ficou sabendo dos problemas no abastecimento de oxigênio somente na noite de 10 de janeiro

Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado
O ex-secretário estadual de Saúde do Amazonas, Marcellus Campêlo, afirmou nesta terça-feira (15) durante o depoimento à CPI da Covid, que procurou o ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello antes do estopim do colapso sanitário em Manaus, no começo do ano. "Fiz uma ligação ao ministro Pazuello no dia 7 de janeiro por telefone explicando a necessidade de apoio logístico para trazer oxigênio de Belém a Manaus, a pedido da White Martins. A partir daí, fizemos contato com o Comando Militar da Amazônia, por orientação do ministro, para fazer esse trabalho logístico".
À CPI, o ex-ministro disse que ficou sabendo dos problemas no abastecimento de oxigênio somente na noite de 10 de janeiro. Mas um relatório do Ministério da Saúde assinado por Pazuello, desmente o que o ex-ministro disse à CPI da Covid sobre o momento em que ficou sabendo do risco de falta de oxigênio em Manaus.
O relatório que informa que Pazuello ficou sabendo da crise no dia 8 de janeiro foi revelado pela Agência Pública depois de ser enviado à Casa Civil, em resposta a um pedido de informações diante de medidas judiciais contra o governo federal durante a crise no Amazonas.
Mayra Pinheiro, servidora do Ministério da Saúde conhecida como "capitã cloroquina", também contradisse Pazuello ao afirmar que o ministério soube sobre a falta de oxigênio em Manaus em 8 de janeiro.
Indagado sobre as mortes que ocorreram fora do período mencionado, sendo estas provocadas pela falta de oxigênio ou insumos hospitalares básicos, Campêlo respondeu à CPI que "não há registro".
Pazuello havia dito que a oferta de oxigênio foi comprometida no estado por uma questão de mercado, isto é, a demanda acabou por superar em demasia o estoque disponível para comercialização.


