Fábio Vilas-Boas fala sobre experiência pessoal com a Covid-19

O secretário de Saúde do estado rebateu defesa por tratamento precoce: 'Desastre'

Por Da Redação
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Fábio Vilas-Boas fala sobre experiência pessoal com a Covid-19

Foto: Reprodução/G1

Em entrevista nesta terça-feira (9), a uma rádio em Salvador, o secretário estadual de Saúde, Fábio Vilas-Boas, comentou sua experiência pessoal com a Covid-19 após se curar do coronavírus. O gestor chegou a precisar ocupar um leito de Unidade de Terapia Intensiva (UTI), mas se recuperou e retornou às atividades da pasta neste mês. 

Vilas-Boas apresentou febre e muitos problemas respiratórios. Além disso, precisou de oxigenação suplementar para se recuperar. 

"A doença começa a causar uma piora entre o sétimo e o décimo segundo dia. Eu internei no sétimo, começando a piora da doença. Ao longo das 48h, eu não conseguia manter a saturação acima de 92%, mesmo fazendo uso de oxigênio suplementar. A decisão foi utilizar uma medicação bloqueadora de inflamatório, já que o corticoide não estava resolvendo", disse o gestor.

"Você fica encharcado de suor, camisa, lençol e coberta. O corpo parece que se desfaz, a carne vai se desfazendo com o suor. Junto com a dificuldade respiratória vem a fraqueza muscular. Você tem o que chamam de sarcopenia, que é uma destruição e uma liquefação dos músculos. Eu olho para minhas pernas, eu que faço exercício, e não acredito que esses cambitinhos eram as pernas que eu tinha há um mês atrás. Estou tentando recuperar", afirmou. 

Fábio Vilas-Boas também comentou que não se pode avaliar o atual momento da pandemia com o que foi defendido nos meses iniciais da proliferação do vírus. O secretário citou uma fala dele tirada de contexto no ano passado, onde ele confirmou a compra de medicamentos que não tinha eficácia comprovada contra o coronavírus.

"A verdade de abril de 2020 não é a verdade de março de 2021. Naquela época, não estávamos preconizando nada. Nós disponibilizamos, facultamos, autorizamos e compramos os medicamentos. Os médicos estavam dizendo que acreditam em cloroquina e hidroxicloroquina, não tinha nenhuma evidência científica naquela época. O que o estado fez: compramos, colocamos nos hospitais e autorizamos que os médicos prescrevessem para pacientes internados, não ambulatoriais", disse Vilas-Boas. "Depois veio uma avalanche de estudos mostrando ausência de benefício e um potencial risco, tanto para hidroxicloroquina quanto para ivermectina, o vermífugo que muitas pessoas acreditam, mas com muitos relatos de falência hepática e transplante hepático de urgência por dose excessiva", acrescentou.
 

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