Facção executou comerciante próximo a local onde técnicos de telefonia foram sequestrados em Salvador
Gerson Leopoldino, de 69 anos, foi morto em 2023 por se recusar a pagar taxa cobrada pelo CV.

Foto: Reprodução/Sefaz
A região onde técnicos da operadora Claro foram sequestrados neste mês, no bairro de Luís Anselmo, em Salvador, já havia sido palco de um crime violento atribuído à facção Comando Vermelho (CV).
Em setembro de 2023, o grupo criminoso matou o revendedor de gás Gerson Leopoldino, de 69 anos, após ele se recusar a pagar um valor exigido como “pedágio” para continuar trabalhando. A facção exigia que o idoso pagasse um valor de R$ 7 mil.
O homicídio aconteceu na localidade da Baixa do Tubo, no bairro de Cosme de Farias, área próxima ao ponto onde os técnicos realizavam manutenção em uma escadaria que liga a Rua Luís Anselmo à comunidade. Segundo as investigações da época, Gerson foi executado com diversos tiros, em via pública e diante de familiares, em uma ação que teve caráter intimidatório contra outros comerciantes da região.
Os bairros de Cosme de Farias e Luís Anselmo são "dominados" pelo CV. À época do assassinato do comerciante, moradores informaram que, mesmo após o reforço temporário do policiamento, traficantes retomaram a prática de extorsão, passando a cobrar valores semanais de estabelecimentos como padarias, farmácias, salões de beleza e lojas de material de construção.
Dois anos depois, a facção voltou a chamar atenção com o sequestro de dois técnicos de telefonia, de 19 e 43 anos, funcionários da operadora Claro. Eles foram abordados por homens armados enquanto trabalhavam no bairro de Luís Anselmo e tiveram celulares roubados. As vítimas foram liberadas após os suspeitos tomarem conhecimento da presença de uma guarnição da Polícia Militar na área, mas relataram ter sido ameaçadas caso retornassem ao local.
A Claro está entre as operadoras que enfrentam restrições impostas por facções criminosas em áreas dominadas pelo CV, onde apenas empresas que pagam taxas ilegais têm permissão para atuar.


