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Mergulhadores e banhistas reclamam da falta de fiscalização marítima na praia do Porto da Barra

Jet ski (espécie de motocicleta marítima) e lanchas trafegam em alta velocidade no local

Por Osvaldo Marques
Às

Mergulhadores e banhistas reclamam da falta de fiscalização marítima na praia do Porto da Barra

Foto: Reprodução

Os banhistas e mergulhadores que frequentam as praias em Salvador devem estar atentos aos perigos que as embarcações -  jet ski (espécie de moto aquática), lancha, canoa e caiaque – proporcionam. Muitas descumprem a distância estabelecida pelas autoridades marítimas, podendo ocasionar um acidente para aqueles que se banham no local. 

No Porto da Barra, onde alguns barcos e lanchas atracam, já existe um histórico de acidentes causados por estas embarcações. José Siomário, 53 anos, é corretor de imóveis e faz parte de um projeto que cuida da limpeza e retirada de lixo do fundo do mar, o “Fundo da Folia”. Neste sábado (24), foi vítima de um acidente causado por dois jet skis, que trafegavam pelo Porto, enquanto o mesmo realizava a limpeza. 

Ele relatou ao Farol da Bahia que os rapazes que conduziam os veículos aquáticos passaram por ele a primeira vez e logo em seguida retornaram ao local em alta velocidade. “Eu estava próximo ao cais quando fui surpreendido por dois jet skis que passaram por mim em alta velocidade, vindos do alto mar em direção à praia. Eles ficaram a 1 metro de distância e retornaram, de propósito. Só deu tempo de levantar os braços", relata. "Passaram por cima de mim, fiquei rolando na água e os pescadores ainda ficaram gritando. O pessoal que estava no cais também clamou que eles tinham atropelado um mergulhador, mas os suspeitos foram embora, sem prestar socorro", comenta.

José destaca que é impossível ouvir o barulho do motor, impossibilitando a pessoa de sair do local antes da tragédia. "Não tem como ouvir o barulho do motor do Jet, por ser muito silencioso. A única reação que tive foi de levantar o braço, proteger a cabeça e esperar o impacto”, contou o mergulhador que teve um corte no braço e suas roupas rasgadas. 

Siomário se dirigiu até os policiais que estavam no local e em seguida foram até a delegacia para registrar o Boletim de Ocorrência (B.O). Em seguida, ele comunicou o ocorrido à Capitania Marítima, órgão que fiscaliza a presença dos veículos marítimos nas praias, mas informaram que nada podiam fazer. 

Para um dos líderes do projeto, o surfista e mergulhador Bernardo Mussi, as câmeras instaladas no local poderiam auxiliar nas buscas das imagens para identificar os autores do crime. “Eu sei do esforço do pessoal da Capitania Marítima, acho que a orla é muito grande para poder ter uma fiscalização bem efetiva como gostaríamos. Acho interessante se pensar numa forma de estabelecer um ‘raiamento’ limite, pelo menos para estas embarcações mais pesadas, como lanchas e jet skis, que são muito velozes, e deixar uns saveiros de plantão para fiscalizar esta área. Precisamos marcar uma reunião com a Capitania para vê como podemos facilitar o trabalho e não sobrecarregar o órgão responsável. Necessitamos de alguma forma para contribuir neste quesito, disponibilizando algum meio em que possamos enviar fotos e filmagens através de e-mail ou telefone, e assim os agentes autuarem as pessoas que cometem a infração nas praias. A praia do Porto da Barra é um local onde atletas nadadores treinam, pescadores e banhistas mergulham, então se conseguirmos marcar uma pauta como o pessoal da Capitania para discutirmos o assunto para que todos possam contribuir e resolver o impasse dos acidentes causados por estas embarcações, vai ajudar bastante”, contou Bernardo.

Considerando como base a linha de arrebentação das ondas ou, no caso de lagos e lagoas, onde se iniciam o espelho d’água, são estabelecidos os seguintes limites pela Capitania Marítima, em áreas com frequência de banhistas:

Embarcações utilizando propulsão a remo ou a vela poderão trafegar a partir de cem (100) metros da linha base;

Embarcações de propulsão a motor, reboque de esqui aquático, paraquedas e painéis de publicidade, poderão trafegar a partir de duzentos (200) metros da linha base;

Embarcações de propulsão a motor ou à vela poderão se aproximar da linha base para fundear, caso não haja nenhum dispositivo contrário estabelecido pela autoridade competente. Toda aproximação deverá ser feita perpendicular à linha base e com velocidade não superior a 3 (três) nós, preservando a segurança dos banhistas.

José Siomário deixa o telefone para contato para quem identificar os autores da infração ou para quem tiver fotos e filmagem dos usuários que trafegavam com o jet ski no Porto da Barra no sábado (24). 71 99739908

O Farol da Bahia entrou em contato com autoridades da Capitania Marítima, todavia, até o momento da postagem, não obteve resposta. Seguimos aguardando. 

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