Farol da Bahia testa a nova Chevrolet Montana 2023

Novidade tem motor 1.2 turbo de 133cv e preço de R$ 145 mil na versão Premier

Por Marcos Camargo Jr.
Ás

Farol da Bahia testa a nova Chevrolet Montana 2023

Depois de um hiato de quase dois anos, a nova geração da Chevrolet Montana começa a chegar às lojas partir da segunda quinzena de fevereiro. De olho no segmento de SUVs e Pickups leves a GM projetou a novidade com a plataforma do Tracker (antes era derivada do Agile e do Corsa). O Farol da Bahia testou a nova Montana que mira clientes da Renault Oroch, Fiat Strada e versões de entrada da Toro e indiretamente a Ford Maverick. A novidade da GM estreia em quatro versões sempre com motor 1.2 turbo de 133cv e 21,4kgfm de torque. 

É justamente o segmento das Pickups médias que a Chevrolet agora ingressa com a nova Montana. A participação desse tipo de produto que dispensa o tradicional chassi dos modelos maiores saiu de 2,8% em 2016 (quando a Toro foi lançada) para 4,5% estimados em 2023. “Nossa ambição é fazer uma evolução neste conceito Smart utility pick-up e a Montana vem agregar experiência em múltiplos níveis”, diz Rodrigo Fioco, diretor de marketing de produto da GM. 

A nova Montana usa a plataforma GEM do Onix e Tracker. Menor que a Toro, ela tem dimensões bem parecidas com a Oroch. São 4,71m de comprimento, 2,80m de entre-eixos, 1,79m de largura e 1,65m de altura com 20° de ângulo de entrada e 25° de saída pesando entre 1.273kg (versões manuais) e 1.310kg (automática). 

O visual segue a segue a receita dos outros produtos da marca. Na pick-up, a ampla grade tem molduras cromadas que dividem os faróis, a lateral tem os mesmos elementos do Tracker e a caçamba que comporta 874 litros de objetos leva 600kg de carga. 

Capacidade e aproveitamento de espaço 

Não é pouco considerando que o foco da Montana não é o trabalho mas sim um veículo de uso misto. A caçamba tem calhas que permitem escoamento da água pelas laterais evitando molhar o conteúdo no “porta-malas” da Montana. No espaço há iluminação, ganchos de fixação e a possibilidade de instalar divisores seguindo o conceito Multi-flex (vendidos à parte).

Por dentro a engenharia da GM fez o possível para aproveitar os 2,80m de entre-eixos, inferior às concorrentes embora o espaço para os passageiros seja suficiente. A nova Chevrolet Montana tem 16mm mais espaço de joelhos que a Toro e 21mm a mais que a Oroch. Também oferece 27mm mais espaço de ombros que a Toro e 7mm a mais que a pick-up da Renault. Na prática o entre eixos é limitado mas os bancos são mais recuados assim como os bancos dianteiros melhorando o conforto. 

O painel e elementos como cluster, ergonomia, multimídia e o acabamento são idênticos aos aplicados no Tracker. Para melhorar a percepção, a GM usou um revestimento microperfurado e costurado sobre o painel além de melhorar também os apoios laterais das portas. Apesar das mudanças manteve o painel com elementos analógicos e apenas com o cluster digital em TFT. 

Desempenho dentro do esperado 

A GM não costuma ousar muito quando o assunto é motorização. Para a Chevrolet Montana 2023 usou uma fórmula da casa com o motor 1.2 turbo três cilindros de 132/133cv e 19,4/21,4kgfm de torque associado ao câmbio automático de seis marchas nas versões LTZ e PREMIER. Nas versões 1.2T e LT a transmissão é manual de cinco marchas. 

A bordo da versão Premier neste primeiro contato se nota que a Chevrolet melhorou a suspensão derivada do Tracker. Há mais curso disponível o que melhora o conforto a bordo. Molas e amortecedores receberam reforços para um comportamento mas “rígido” com a Montana. 

A calibração do motor é quase a mesma com a pick-up. Porém, há mais força nas primeiras marchas o que será útil com o veículo carregado. A vibração típica do motor três cilindros é sentida em rotações mais altas, característica comum destes carros da GM como Onix e o próprio Tracker. As manobras fáceis se devem ao bom diâmetro de giro de 11,5m, bem inferior ao exigido pela concorrente Toro da Fiat. 

Mesmo tem testarmos a capacidade da caçamba a solução do eixo de torção adotada pela Montana tende a facilitar o uso do veículo carregado. 

O nível de equipamentos é interessante com multimídia MyLink com câmera de alta resolução e Wi-Fi a bordo. Na versão Premier há o que a GM chama de “acabamento premium” no revestimento das portas e painel que melhoram o aspecto do carro. O console tem carregador de celular por indução e mais acima os comandos digitais do ar condicionado. Há alerta de ponto cego e aplicativo “MyChevrolet” para comandar funções do veículo à distância, além do pacote de segurança com seis airbags, controles de tração e estabilidade, assistente de partida em rampa, ganchos Isofix e sistema OnStar. 

As versões de entrada já contam com Multimídia MyLink, protetor de caçamba e sensor crepuscular bem como o pacote de itens de segurança. A LT acrescenta rodas de alumínio 16”, capota marítima, USB traseiro e câmera de ré. A LTZ acrescenta sensor traseiro, rodas maiores de 17”, acabamento cromado, chave inteligente e controle de Cruzeiro. A Premier tem o acabamento interno diferenciado, carregador por indução, alerta de ponto cego e ar condicionado digital. 

A estratégia da Chevrolet se mostra acertada com a nova Montana. Mesmo considerando os preços das versões mais caras ela é bem mais em conta que a Fiat Toro (que é maior) com mesmo preço e mais equipamentos que a Renault Oroch e valor similar ao da Fiat Strada Volcano e Ranch oferecendo mais espaço interno. Com 550 concessionáris a GM deve encontrar mais um produto de volume neste segmento promissor das Pickups de uso múltiplo.

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