Farol da Bahia testa o BYD Dolphin que já teve 3.000 unidades vendidas

Compacto chinês tem 300km de autonomia e custa R$ 149,9 mil

Lançado recentemente, o BYD Dolphin tem ido bem nas vendas no Brasil, já que o compacto elétrico teve 3 mil unidades comercializadas em dois meses. Um dos atrativos do modelo é o preço de R$ 149.800, o que o deixa próximo de SUVs compactos com motor 1.0 turbo oferecidos no mercado nacional. Além disso, o "Golfinho” tem um bom espaço interno e motor de 95 cv, que são satisfatórios e lista adequada de itens de série. Já a autonomia é de até 219 km, segundo o Inmetro, mas é possível rodar mais especialmente na cidade. Veja a avaliação feita pelo Farol da Bahia ao longo de uma semana de convivência com o carrinho.

O BYD Dolphin não tem apenas preço competitivo como atributo principal. O compacto surpreende no acabamento interno, que está disponível com um tom de café com preto, o que faz uma elegante combinação. Os plásticos internos também são bem encaixados sem aparência de montagem ruim ou acabamento de baixa qualidade. Outra vantagem é o conforto com bancos macios e um entre-eixos de 2,70 metros, o que o torna confortável para até três passageiros sentados nos bancos traseiros. Embora os bancos dianteiros sejam em peça única, são confortáveis e são bem acabados com costuras no formato de triângulos.

Interior prático 

O interior tem um pequeno painel de instrumentos, mas que traz todas as informações de maneira simples sem ser simplória e sem ofuscamento diante do sol. Já a central multimídia de 12,8 polegadas é giratória e pode ficar na vertical ou na horizontal, dependendo do gosto do motorista. Nela há Spotify nativo e um GPS que é bem parecido com o Google Maps. Inclusive, durante os nossos testes ele fez o mesmo percurso do sistema norte-americano com uma diferença de no máximo 2 minutos. Desta forma, não há necessidade de usar o Android Auto, que é feito por cabo. Contudo, o carregamento do smartphone é apenas por fio e não há um carregador por indução.

Se o espaço interno é bom para acomodar bem cinco adultos, o porta-malas é um pouco diminuto com apenas 250 litros de capacidade. Portanto, é preciso ter experiência em jogos de lego para encaixar as malas sem nenhuma dificuldade. O modelo mede 4,12 metros de comprimento, 1,77 metro de largura e 1,57 metro de altura com porte parecido com o do Honda Fit que saiu de linha em 2021. 

Eficiência ao volante

O BYD Dolphin vem equipado com um motor elétrico de 95 cv com 18,3 kgfm de torque imediato. Com isso, o modelo é ligeiro na arrancada e retomada, o que o torna muito fácil de guiar no trânsito de grandes cidades. Se pisar fundo faz de zero a 100 km/h em 10,9 segundos, mas a velocidade máxima é de apenas 150 km/h, o que é ideal para andar nas estradas brasileiras, que têm velocidade máxima de 120 km/h em alguns trechos. Leve e compacto, foi fácil estacionar e conduzir o carrinho pelas ruas de São Paulo. 

Por ter suspensão dianteira McPherson independente e traseira com eixo de torção, o "Golfinho" é confortável para quem dirige e para os passageiros e, também, é robusto para aguentar as ruas esburacadas das cidades no Brasil ao menos durante uma semana que estivemos com o carro. 

Com rodas de liga leve de 16 polegadas calçadas com pneus 195/60, o modelo tem um rodar silencioso e macio. Contudo, até a velocidade de 35 km/h o BYD Dolphin faz um barulho que simula as ondas do mar, que pode parecer esquisito, mas no dia a dia ajuda pedestre a ouvirem o carro em baixa velocidade nas manobras de estacionamento, conferindo mais segurança para quem está do lado de fora.

Equipamentos

O BYD Dolphin não é um carro de luxo e fica bem longe do padrão oferecido pelo Han e Tan elétricos. Dito isso, o modelo não terá alguns equipamentos luxuosos como teto solar panorâmico ou controle de cruzeiro adaptativo. Mas vem equipado com bons itens como sensores de estacionamento traseiros, controle de tração, seis airbags, câmera panorâmica em HD, Isofix, duas entradas USB, luzes de rodagem de LED, sensor crepuscular para acendimento automático dos faróis, ar-condicionado automático, controle de estabilidade, controle de subida e retenção automática do veículo, piloto automático, entre outros.

Vale a pena ter um elétrico?

Andar com veículos elétricos no Brasil, que carece de infraestrutura, ainda gera dúvidas em diversas pessoas, mas o BYD Dolphin se esforça para acabar com cada uma delas. Por exemplo, é possível fazer uma viagem com o Dolphin que tem bateria Blade de 44 kWh, o que confere uma autonomia no painel de até 405 km, mas pelo Inmetro é de 291 km. Todavia, se o motorista não pesar no pedal é possível passar os 291 km sem dificuldades, o que permite fazer viagens de baixa quilometragem sem nenhum problema, só que lembre é preciso ficar atento aos postos elétricos na estrada, que são indicados na multimídia do Dolphin. 

O modelo também é ideal para o trecho casa e trabalho no dia a dia. De toda a forma ideal é sempre ter carregador em casa pois a recarga do carro será feita em um intervalo de quatro a cinco horas, o que pode ser feito durante a noite. 

Vendido em versão única por R$ 149.800 e com cinco anos ou 200 mil km rodados, o BYD Dolphin tem preços próximos a de SUVs compactos como os líderes de vendas Volkswagen T-Cross, que na versão 200 TSI sai por R$ 140.690, Hyundai Creta Limited custando R$ 146.390 e Chevrolet Tracker que parte de R$ 128.350. Claro, andar com um carro elétrico ainda é diferente do que um a combustão, que tem uma infraestrutura de postos consolidada. 

Contudo, o BYD Dolphin por ser um compacto surpreende no espaço, conforto e acabamento interno, além da tecnologia empregada na central multimídia e por ter um custo de manutenção menor do que os veículos com motores térmicos. Se o cliente está disposto a ter uma experiência de rodar pela estrada e ruas com carro elétrico, o compacto vale a pena pelo bom nível do produto chinês. Ele tem desempenho próximo dos SUVs compactos com boa lista de equipamentos sendo a principal aposta de gigante BYD nos segmentos de volume custando um pouco (bem pouco) a mais que um Renault Kwid e-Tech, Jac E-JS1 e um Caoa Chery iCar.


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