Feira de São Joaquim em Salvador encanta turistas e baianos desde a década de 30
O Farol da Bahia conta um pouco da história da maior feira popular da capital baiana

Foto: Camila Carrera
Bancadas carregadas de frutas, barracas com artesanato pendurado, galos voando, produtos fresquinhos chegando do mar, o vai e vem de pessoas com carrinhos de compras. Esse é o cenário que encanta quem passa pela tradicional Feira de São Joaquim, em Salvador.
A maior feira popular da capital baiana, localizada na Enseada de São Joaquim, na Rua Frederico Pontes, é um verdadeiro labirinto. Segundo a Secretaria Estadual do Turismo (Setur), a área total da Feira tem 38 mil metros quadrados. Destes, apenas 8 mil metros quadrados foram requalificados e possuem cerca de 300 comerciantes entre boxes, bancas e barracas, e os outros 30 mil ainda passarão por reformas e tem cerca de 800 comerciantes.
No entanto, a tradição da Feira contrasta com alguns problemas. Lançada com toda a pompa em 2011, a revitalização total do espaço estava prevista para ser concluída no ano de 2014. Mas, de 2011 até 2016, ou seja, cinco anos após o início das obras, apenas 20% da reforma havia sido concluída.
Muitas construtoras deixaram o projeto por o considerarem inviável e este teve que passar por modificações. Com o atraso na reforma do local, muitos feirantes deixaram os seus pontos de venda por amargarem prejuízos e verem a queda no movimento.
História
A história do local começa na década de 30 quando ainda se chamava Feira do Sete, uma feira móvel localizada no sétimo armazém no Comércio, o que deu origem ao nome. Mas, as obras de modernização do Porto de Salvador e o crescimento desordenado fizeram com que mudasse de endereço, para um pouco além das Docas.
Com isso, a feira mudou também de nome e passou a se chamar Feira de Água de Meninos. O local servia como entreposto comercial entre Salvador e algumas cidades da Baía de Todos os Santos como Maragogipe, São Félix, Nazaré das Farinhas, Bom Jesus dos Passos e a Ilha de Itaparica.
Um pouco da história da Feira é contada na literatura de Jorge Amado, na obra Capitães da Areia, que retrata o transporte de frutas, verduras, cerâmicas, farinha, tecidos e outros produtos da região em saveiros.
Na década de 1960, um incêndio de causas não esclarecidas destruiu grande parte das barracas. Depois disso, a Feira foi para onde está localizada atualmente, e recebeu o nome em homenagem ao santo avô de Jesus Cristo. A área foi regulamentada em 12 de outubro de 1964. A partir daí, a Feira cresceu e se tornou um grande centro de comércio.