Festival internacional de dança comemora 20 anos percorrendo 30 cidades!
Aos detalhes...

Foto: Luciana Ponso
Um dos mais longevos festivais de dança contemporânea do Brasil, o Dança em Trânsito completa 20 anos com uma edição comemorativa que se estende por mais de três meses, percorrendo todas as regiões do país, incluindo uma parada em Paris no mês de setembro. De 14 de julho a 23 de outubro, 41 companhias do Brasil, Coreia do Sul, Eslovênia, Espanha, França, Itália e Suíça ocupam palcos e espaços públicos de 11 capitais brasileiras e 18 outras cidades com espetáculos, residências, intercâmbios e oficinas. Confira a programação completa em www.dancaemtransito.com.br. Em São Paulo, o festival acontece entre 28 de julho e 1º de agosto, no Teatro Sérgio Cardoso.
Com realização e produção do Espaço Tápias e direção artística e curadoria de Giselle Tápias e Flávia Tápias, o festival internacional Dança em Trânsito acumula, desde 2002, números superlativos, com cerca de mil apresentações em mais de 30 cidades, no Brasil e no exterior, envolvendo uma centena de companhias oriundas de 16 países, vistas por mais de 60 mil pessoas. Em 2020, durante a pandemia, realizou uma versão online – indicada ao Prêmio da Associação Paulista dos Críticos de Arte (APCA), na categoria “Difusão” – e, em 2021, a primeira edição híbrida, com passagem por 25 cidades.
“Quando criamos o Dança em Trânsito em 2002, pensamos não apenas em fazer mais um festival de dança, mas contribuir, de alguma forma, para um maior intercâmbio entre artistas do Brasil e do exterior e para a democratização da dança, seja com a itinerância por outras capitais e pequenas cidades com pouco acesso à cultura, ou com a ocupação de espaços públicos em apresentações gratuitas, ou ainda abrindo espaço na programação a companhias e artistas fora do eixo Rio-São Paulo”, explica Giselle Tápias. “Ainda dentro desse propósito, desenvolvemos oficinas e residências com bailarinos e coreógrafos brasileiros e estrangeiros nas cidades por onde passamos e capacitação para professores multiplicadores. São ações das quais não abrimos mão ao longo dessas duas décadas, mesmo nos anos em que tivemos que adaptar o festival à situação econômica da época”, celebra.
SÃO PAULO
A 20ª edição do Dança em Trânsito ocupa o Teatro Sérgio Cardoso, na capital paulista, entre os dias 28 de julho e 1º de agosto, com espetáculos de companhias nacionais e internacionais na Sala Paschoal Carlos Magno e no foyer, residência de criação com a Cie Sam-Hester, da Suíça, e uma oficina de dança contemporânea, ministrada por Maxime Cozics. No dia 31/7, o coreógrafo e bailarino francês apresenta o solo Emprise, com sua Cie Felinae.
Da França, vem também a Cie Arrangement Provisoire, que abre as apresentações em São Paulo, no dia 28/7. Blanc – da coreógrafa e bailarina brasileira Vania Vaneau, radicada há mais de 20 anos na Europa – foi criado a partir de influências que vão dos rituais xamânicos afro-brasileiros, à obra de Hélio Oiticica e ao movimento antropofágico modernista.
Dança Inacabada é a nova coreografia do Ateliê do Gesto, companhia goianiense dirigida por Daniel Calvet e João Paulo Gross, programada para o dia 29/7, no foyer do TSC. No dia seguinte, o premiado espetáculo (Melhor Espetáculo de Dança presencial - APCA, 2021) ou 9 ou 80, da paulistana Clarín Cia de Dança, dirigida pelo maranhense Kelson Barros, aborda a cultura funk e a realidade de desigualdade, racismo e homofobia retratada pelos movimentos periféricos.
A Cie Sam-Hester, dirigida pela coreógrafa suíça Perrine Valli, apresenta Jour Blanc, em 31/7, domingo, em apresentação gratuita, ao meio-dia, na Sala Paschoal Carlos Magno. Para questionar nossa ligação com a tecnologia, adolescentes, munidos de fones de ouvido, executam a coreografia por controle remoto, abrindo mão da própria memória e da gestão do espaço. Aos poucos, vão desafiando a ordem e afirmando sua subjetividade. A residência de criação ministrada pelo grupo será nos dias 28 e 29/7, na Sala de ensaio do TSC.
Radicado na Alemanha, o coreógrafo e bailarino brasileiro Gleidson Vigne apresenta, no dia 31/7, o solo Adapta-bilidade com a sua NIMO Cia de Dança, em que traça um paralelo sobre a capacidade de adaptação tanto na dança como na vida.
Sediada na Espanha, a companhia GN | MC, dos coreógrafos e bailarinos Guy Nader & Maria Campos, escolheram Set of Sets para esta edição do festival. Exibida no dia 1/8, a coreografia, que encerra a etapa paulistana do festival, usa a repetição e o ritmo no movimento dos corpos, que desafiam a gravidade, como metáfora para a natureza repetitiva da própria existência e a ideia de persistência.
ESTREIA NACIONAL DO GRUPO TÁPIAS É UM DOS DESTAQUES DESTA EDIÇÃO
O Grupo Tápias, companhia franco-brasileira associada ao Espaço Tápias e a todas às suas realizações, estreia a versão integral de Café não é só uma xícara na programação do Dança em Trânsito. Em São Paulo, o trabalho poderá ser conferido de 28 a 30/7. Com coreografia e direção artística de Flávia Tápias, o trabalho coloca em cena sentimentos e sensações associados à pesquisa realizada sobre a bebida tão presente na vida dos brasileiros, que evoca tradições, crenças, espiritualidade. Com patrocínio do Instituto Cultural Vale, o espetáculo fará 20 apresentações no Brasil e na França. O Grupo Tápias abriu audições para selecionar parte do elenco, que é formado por brasileiros e estrangeiros: “O espetáculo começou a ser pensado há mais de três anos. Chegamos a apresentar um work in progress em 2019, mas, por conta da pandemia, adiamos a estreia para este ano", comenta Flávia Tápias.
TURNÊ 2022
Entre 12 e 18 de setembro, o Dança em Trânsito realiza um circuito em Paris com apresentações e workshops de artistas e companhias brasileiras, incluindo Márcia Milhazes, Renato Vieira, Gleidson Vigne, Cia Gente e Cia do Pantanal e Jessé Batista, no centro cultural Le Carreau du Temple; na Salle Jacques-Higelin (MPAA-Saint Germain); Le Regard du Cygne; na Embaixada do Brasil; na Place de Fêtes e em outros espaços públicos da cidade.
Até 23 de outubro, o festival passa por Belo Horizonte (MG), Coronel Fabriciano (MG), Timóteo (MG), Ipatinga (MG), Baixo Guandú (ES), Vitória (ES), São Paulo (SP), Rio de Janeiro (RJ), Goiânia (GO), Brasília (DF), São Luís (MA), Itapecuru-Mirim (MA), Santo Amaro do Maranhão (MA), Belém (PA), Parauapebas (PA), Ilha do Combú (PA), Canaã dos Carajás (PA), Paris (FRA), Salvador (BA), Sento Sé (BA), Curitiba (PR), Entre Rios do Sul (RS); Alto Bela Vista (SC); Florianópolis (SC), Corumbá (MS), Mangaratiba (RJ), Itaguaí (RJ), Tiradentes (MG) e Barbacena (MG).
ROTAS PLURAL: A DANÇA CONTEMPORÂNEA ENCONTRA OS ESTILOS MUSICAIS BRASILEIROS
Adotando formatos diferentes nas duas últimas edições – videodança (2020) e híbrido (2021) –, a tradicional residência de intercâmbio ROTAS, idealizada e facilitada pela coreógrafa Flávia Tápias, retoma a parceria criativa que originalmente reúne intérpretes brasileiros e estrangeiros participantes do Dança em Trânsito para uma série de apresentações ao longo do festival. Batizado como ROTAS PLURAL, o projeto realiza o intercâmbio entre a dança contemporânea e estilos musicais populares do Brasil.
MOVIMENTO CONTÍNUO: OFICINAS, RESIDÊNCIAS DE CRIAÇÃO E CONVERSAS
Os projetos formativos deste ano incluem oficinas e residências de criação destinadas a participantes com algum conhecimento de técnica de movimento e ministradas por artistas convidados nacionais e internacionais. As residências, que se dividem para o público adulto e infanto-juvenil, acontecem durante três dias de imersão coletiva, nos quais encontros, trocas e aprendizagens resultam em obras que são apresentadas dentro da programação do Dança em Trânsito. As oficinas são encontros pontuais, de duas a três horas de duração, abertos a todos os interessados. Flávia Tápias (BRA); Fábio Costa (BRA); Cie Sam-Hester (SUI); Clara da Costa (BRA); Márcio Cunha (BRA); Kiko López (ESP); Panzetti & Ticcone(ITA); Hector Plaza e Agnes Costa (ESP); Guy Nader e Maria Campos (ESP); Rosa Antuña (BRA); Dilo Paulo (ANG), Maxime Cozics (FRA), Gleidson Vigne (BRA); Nayane Fernandes (BRA) e Luciana Ponso (BRA) conduzem os trabalhos. Inscrições e mais informações no site do festival.
Sobre o Instituto Cultural Vale
O Instituto Cultural Vale parte do princípio de que viver a cultura possibilita às pessoas ampliarem sua visão de mundo e criarem novas perspectivas de futuro. Tem um importante papel na transformação social e busca democratizar o acesso, fomentar a arte, a cultura, o conhecimento e a difusão de diversas expressões artísticas do nosso país, ao mesmo tempo em que contribui para o fortalecimento da economia criativa. São mais de 300 projetos criados, apoiados ou patrocinados em 24 estados e no Distrito Federal em execução em 2022. Dentre eles, uma rede de espaços culturais próprios, patrocinados via Lei Federal de Incentivo à Cultura, com visitação gratuita, identidade e vocação únicas: Memorial Minas Gerais Vale (MG), Museu Vale (ES), Centro Cultural Vale Maranhão (MA) e Casa da Cultura de Canaã dos Carajás (PA). Onde tem Cultura, a Vale está. Visite o site do Instituto Cultural Vale: institutoculturalvale.org