FGV: Com queda de 1,4%, PIB de janeiro é estimado em R$ 769 bilhões

O Produto Interno Bruto (PIB) - soma de todos os bens e serviços produzidos no país - apresentou queda de 1,4% em janeiro na comparação com dezembro, segundo o Monitor do PIB, divulgado nessa segunda-feira (21) pela Fundação Getulio Vargas.   

No trimestre móvel encerrado em janeiro, no entanto, houve crescimento de 1%, em comparação com o trimestre móvel encerrado em outubro. Assim como na comparação com janeiro de 2021, em que economia cresceu 1,2%, em janeiro deste ano. A estimativa do PIB-FGV é que, em valores correntes, o valor totalize R$ 769,384 bilhões, em janeiro de 2022.

O coordenador do Monitor do PIB-FGV, Claudio Considera, informou que a economia nacional cresceu trimestralmente, em média, 1,1% entre janeiro de 2019 a fevereiro de 2020, antes da pandemia da covid-19. Já entre março de 2020 até janeiro de 2022, o crescimento médio foi de 0,4%. A agropecuária evoluiu, neste período, evoluiu 0,6% e 0,7%, respectivamente.

A indústria, em contrapartida, apresentou queda de 0,7% e crescimento de 0,7%; já os serviços tiveram expansão de 1,4% e 0,2%. O consumo das famílias cresceu 2,3% e caiu 1% e o consumo do governo reduziu 0,5% e 1%.

“Esses números traduzem bem o impacto da pandemia sobre resultados que já eram medíocres antes dela. O consumo das famílias e o consumo do governo representam 80% do PIB e foram bastante prejudicados, inicialmente pela falta de vacinas e, posteriormente, pela falta de um programa de vacinação, como é bem ilustrado pelo fracasso dessa demanda durante a pandemia”, afirmou.

Consumo

Em relação ao consumo das famílias, usando a mesma base de comparação, o economista afirmou que o consumo de não duráveis cresceu 1,1% e 0,3%; enquanto o consumo de semiduráveis cresceu 1,5% e estagnou em seguida; já o consumo de duráveis cresceu 5,1% e caiu 0,1%; e o consumo de serviços cresceu 2,6% e 0,8%.

“Notadamente o consumo de serviços, que representa 52% do consumo das famílias, dependem da interação social, que foi prejudicada pela falta de vacinação”, aponta o coordenador do Monitor do PIB-FGV.

No trimestre móvel terminado em janeiro deste ano, em comparação ao mesmo do ano passado, o consumo das famílias cresceu 1,9%. É o quarto mês consecutivo que o componente de serviços é o único a apresentar taxas positivas. 

A formação bruta de capital fixo (FBCF), que mede os investimentos no PIB, avançou 1,3% no trimestre móvel terminado em janeiro, na comparação com o mesmo trimestre do ano anterior. Segundo a FGV, essa atividade continua mostrando taxas decrescentes desde junho de 2021.

O Monitor do PIB-FGV revela que a média das taxas de investimento mensais, desde janeiro de 2000, foi 18%, enquanto a média das taxas de investimento mensais desde janeiro de 2015 atingiu 16,3%. Em janeiro de 2022, a taxa de crescimento foi 18,8%.

Comércio exterior

O Monitor do PIB-FGV aponta que a exportação brasileira mostrou crescimento de 5,6% no trimestre móvel de janeiro, na comparação ao mesmo período do ano passado. Os componentes de serviços e produtos agropecuários, que apresentaram taxas positivas de 15% e 28,6%, respectivamente, são responsáveis pelo resultado positivo. Já na análise da série dessazonalizada, porém, a exportação apresentou redução de 0,6 no trimestre móvel encerrado em janeiro em comparação ao terminado em outubro.

A importação também apresentou aumento de 2,2% no trimestre móvel encerrado em janeiro em relação ao mesmo período do ano passado. O crescimento de 10,5% na importação de serviços e o elevado crescimento da extrativa mineral (54,1%) ajudam o resultado. Já na série dessazonalizada, a importação subiu 1,2% no trimestre móvel encerrado em janeiro, em comparação ao findo em outubro.