Fila do INSS atinge marca de 1,84 milhão de pedidos a serem analisados

O INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) acumula cerca de 1,85 milhão de requerimentos de benefícios a serem analisados. O dado, entregue na terça-feira da semana passada (10) ao site Metrópoles, indica que a crise da autarquia, intensificada com a aprovação da reforma da Previdência, não tem data para acabar. A fila do INSS tomou corpo em meio ao caos provocado pela pandemia da Covid-19. Em abril deste ano, por exemplo, aproximadamente 1,54 milhão de pedidos aguardavam o despacho do instituto. 

Já no mês de setembro, esse número subiu para 1,81 milhão, o que representa uma alta de 17% dentro em um período de cinco meses. Atualmente, há cerca de 777,6 mil benefícios à espera do cumprimento de exigência (processo que depende do segurado) e 1,07 milhão de pedidos que aguardam a análise.

Na avaliação da presidente do IBDP (Instituto Brasileiro de Direito Previdenciário), Adriane Bramante, a pandemia do novo coronavírus foi um dos principais fatores responsáveis pelo aumento da fila nos últimos meses, uma vez que as agências ficaram fechadas entre os meses de março a setembro. Somado a isso, muitos pedidos ficaram represados, pois o INSS demorou a implantar o sistema com as novas regras alteradas pela reforma da Previdência. 

“A pandemia virou tudo de ponta-cabeça. Além da demanda da reforma da Previdência, tivemos outras necessidades relacionadas à Covid-19, como a antecipação do auxílio-doença. Sem atendimento presencial, isso ficou de forma virtual, com o envio do atestado. Então, foi preciso aguardar a conclusão desses processos”, pontua Adriane.

Devido a essa situação, o TCU (Tribunal de Contas da União) exigiu que o governo federal elaborasse protocolo para que as perícias médicas também fossem realizadas virtualmente. A experiência piloto com uso da telemedicina começou nesta segunda-feira (16) e vai até o dia 31 de janeiro de 2021.