Filho de Kadafi sugere que pode concorrer à presidência da Líbia
Saif al-Islam fez a primeira aparição pública após quatro anos
Foto: Ammar El-Darwish/AP
O filho de Muamar Kadafi, ex-ditador líbio, fez a primeira aparição pública nesta sexta-feira (30), após quatro anos e sugeriu que pode concorrer à presidência da Líbia. Em entrevista ao The New York Times (NYT), Saif al-Islam afirma que quer "restaurar unidade perdida".
O líbio de 49 anos, afirmou que "os políticos líbios não trouxeram nada além de miséria. Chegou a hora de voltar ao passado. O país está em frangalhos, não há dinheiro, não há segurança. Aqui não há vida".
Muamar Kadafi foi derrubado do poder em 2011, após uma revolta popular. O mandato do ex-ditador durou 40 anos. Seus colaboradores e parentes morreram, foram presos ou se viram obrigados a partir para o exílio. Três dos quatro filhos de Kadafi foram mortos.
Saif al-Islam afirma ser um "homem livre" e que "está organizando seu retorno à política." Em 2015 ele foi condenado à morte. Mas um grupo que sequestrou o filho do ex-ditador em 2011, se recusou a entregá-lo às autoridades do Tribunal Penal Internacional (TPI), que o procurava por crimes contra a humanidade. Em 2017, foi libertado e, desde então, desapareceu.
Em entrevista do NYT, Saif afirma que rebeldes que o sequestraram estavam decepcionados com a revolução e "perceberam que ele poderia ser um aliado poderoso". Ele está convencido de que as questões jurídicas que o impedem de se candidatar, como a condenação por um tribunal líbio e a ordem de detenção do TPI, "poderiam ser negociadas se a maioria do povo líbio o eleger como líder".
