FMI afirma que controle da pandemia pode gerar US$ 1 trilhão em receitas com impostos até 2025
Prognostico do órgão foi apresentado nesta quarta-feira (7)

Foto: Reprodução/InfoMoney
Em um cenário ideal, onde a pandemia da Covid-19 estivesse controlada mais cedo em todo o mundo, apenas o crescimento maior geraria mais de US$ 1 trilhão em receitas adicionais com impostos e taxas nas economias avançadas até 2025, segundo aponta o monitor fiscal do Fundo Monetário Internacional (FMI).
O relatório lançado nesta quarta-feira (7) reforça ainda que um cenário de aceleração da imunização global pouparia “trilhões de dólares em mais medidas fiscais de suporte”. Para o FMI, “a vacinação, portanto, mais do que se pagaria, proveria um excelente valor ao dinheiro público investido em alavancar a produção mundial e distribuição de vacinas”.
Segundo o Fundo, a dívida pública mundial atingiu o nível “sem precedentes” de 97% do PIB global em 2020 e, nos cálculos do órgão, vai se estabilizar em 99% do PIB neste ano. O Fundo ressalta que ritmo de avanço da imunização é amplamente diferente entre os países, sendo que para algumas nações as vacinas nem estão disponíveis.
A instituição reforça que a inoculação global vai pagar por si mesma, “com mais emprego e atividade econômica”. Para os técnicos da organização, “até que a pandemia seja trazida sob controle globalmente, as políticas fiscais devem permanecer flexíveis e fornecer suporte aos sistema de saúde, às famílias, às empresas viáveis e à recuperação econômica”.
Na visão do Fundo, ainda que o suporte fiscal tenha prevenido perdas de empregos e uma contração maior da atividade, as medidas, junto com a queda das receitas com impostos, têm aumentado muito os déficits dos governos e levado as dívidas a patamares sem precedentes em todos os países no mundo.
O FMI prevê uma queda dos déficits fiscais na maioria dos países em 2021. A redução tende a ocorrer na medida em que a ajuda pública relacionada à pandemia expire ou seja diminuída, as receitas se recuperem e o número de pedidos de seguro-desemprego caia.
No médio prazo, acrescenta o FMI, a projeção é que os déficits fiscais se reduzam em todos os países, conforme a recuperação econômica acelere e os ajustes fiscal sejam retomados. “Como resultado as taxas de dívida em relação ao PIB na maioria dos países deve se estabilizar ou declinar, embora a dívida pública possa continuar a crescer em alguns países devido a fatores como envelhecimento da população e necessidade de desenvolvimento.”