"Fornecerei as polícias a todos os prefeitos que queiram fazer cumprir do isolamento" diz Caiado sobre lockdown
"A tropa estará prestando atenção sem desguarnecer o combate à criminalidade", explicou o governador de Goiás
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Ronaldo Caiado, governador de Goiás, disse nesta segunda-feira (29) que, se dependesse exclusivamente dele, todos os 246 municípios do Estado entrariam no sistema 14x14, com todas as atividades econômicas não essenciais paralisadas pelo período de duas semanas.
Ele havia prometido um decreto estabelecendo quais as atividades não podem funcionar a partir desta terça-feira (30). "A responsabilidade é de todos nós. Cada prefeito e cada prefeita vai responder pelos casos de seus municípios", disse.
Caiado afirmou que não é momento de pensar em eleições. "Ninguém pode pensar: 'Ah, não fica bem pra mim, o comerciante não vai gostar, eu vou perder voto'. Eu não transijo da minha posição. Fornecerei as minhas polícias a todos os prefeitos que querem que haja o comprimento do isolamento. Porta de supermercado não será mais o que é hoje, em que famílias vão inteiras para a frente da lojas”, pontuou.
"A tropa estará prestando atenção sem desguarnecer o combate à criminalidade", explicou o governador. "Mas a prefeitura local também tem papel importante ao retirar a autorização de empresas que não estejam cumprindo as normas necessárias. Esse estabelecimento não pode mais continuar aberto se não estiver nesse mesmo esforço do Estado", acrescentou. Goiás tem hoje 21.984 casos, com 435 mortes registradas.
O sistema 14x14 foi sugerido pouco antes da fala de Caiado pelo professor da Universidade Federal de Goiás (UFG) Thiago Rangel. Segundo ele, baseando-se em um detalhado estudo da instituição, fechar todas as atividades econômicas não essenciais por 14 dias e logo em seguida retomá-las por igual período até o fim do ano evitaria 8.360 mortes no Estado nos próximos três meses.
"Um fechamento desse tipo é mais eficiente em óbitos e para a economia. Fica 50% do tempo fechado, mas salva 61,5% das pessoas que poderiam ser salvas."
Caiado defendeu também que os recursos destinados aos prefeitos para o combate à pandemia seja utilizado primordialmente na testagem da população, de preferência em regiões com altos números de doentes. "O que eu sugiro agora é um sistema de mutirão com todas as nossas forças convergindo para um único objetivo: não atingirimos o número de óbitos projetotado pela UFG. Eu concordo com o professor Thiago Rangel: 'Isso é imoral, desumano'. Eu não posso aceitar omissão de qualquer uma das autoridades nesse momento", afirmou.
Segundo o governador, o ideal seria a testagem, semanalmente, de todos os servidores e trabalhadores de empresas privadas que tenham que se deslocar para a função. "A melhor utilidade das verbas seria a contratação de exames mais conclusivos, como o PCR-RT."