Fortalecida, mutações da Covid-19 provoca maiores danos na população jovens
Variantes estão provocando mudanças na forma de prevenção e tratamento

Foto: Reprodução/Jornal de Piracicaba
No início, o coronavírus tinha nos idosos acima de 60 anos o grupo mais vulnerável à doença. Um ano depois do início da pandemia, agora é a vez dos mais jovens serem afetados mais duramente. A explicação está na evolução do vírus, mais agressivo e transmissível do que antes. Rodrigo Molina, médico consultor da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), explica que as variantes tornam o vírus mais potente.
Dessa forma, elas afetam também populações antes consideradas protegidas de contaminação ou da mortalidade, caso infectadas, como jovens e adultos entre 18 e 50 anos sem comorbidades. "Os mais jovens estão circulando mais, quebrando as quarentenas e todas as medidas de segurança que orientamos. Com a cepa evoluída, uma pessoa transmite para muito mais gente. Por isso jovens são a população mais exposta agora", analisa.
Já o médico do Instituto de Infectologia Emílio Ribas e diretor científico da SBI, Sérgio Cimerman, explica que ainda não há estudos suficientes para apontar maior mortalidade causada pela mutação brasileira. Ele reconhece a internação de jovens em estados de saúde mais graves do que acontecia na primeira leva da pandemia.
No entanto, o especialista fala que ainda não há explicações claras sobre o porquê disso acontecer. "Há diferença de um ano para cá, mas ainda não sabemos o que é. (A cepa) É mais transmissível, então está pegando todo mundo. Não se tem uma explicação específica para a maior gravidade (nos casos)", diz.