Funcionária denuncia intolerância religiosa em secretaria de Salvador
Caso ocorreu na Secretaria Municipal de Gestão (Semge)

Foto: Reprodução / Arquivo Pessoal
A funcionária terceirizada Silvana Silva da Paixão, de 41 anos, fez uma denúncia afirmando que foi vítima de intolerância religiosa dentro da Secretaria Municipal de Gestão (Semge), da prefeitura de Salvador, onde trabalha como mensageira há mais de 10 anos.
Segundo ela, as ofensas começaram no dia 8 de setembro, após ela voltar das férias. Durante os dias que esteve ausente da secretaria, ela passou pela iniciação na religião do candomblé, que é popularmente chamado de "fazer santo", e cumpriu as obrigações no terreiro.
"Saí de férias, fiquei o mês de agosto na roça [terreiro] e quando voltei dia 8 de setembro que começou a intolerância religiosa. Falaram das minhas vestes, do meu ojá [tipo de turbante usado na cabeça], do meu cabelo que foi raspado, do modo que eu estava comendo, porque como sou Ìyàwó [filho ou filha de santo que ainda não tem 7 anos de iniciação] é diferente de Ekedi [que é um 'cargo' mais alto na religião]", explicou ao G1.
"O chefe de manutenção chegou e perguntou se eu tinha desaprendido a comer de garfo e faca, porque estava comendo em prato diferente e de colher. Outra vez ele falou minhas vestes, disse que eu estava usando branco e chamando muito a atenção da secretaria, que eu tenho farda e que não era para usar mais branco", complementou.
Além disso, Silvana relatou que era chamada de macumbeira de maneira pejorativa.
"Às vezes no refeitório, no meio de todo mundo, ele dizia 'cessa o assunto que chegou a macumbeira'".
O caso foi encaminhado pela Semge para a Secretaria Municipal da Reparação (Semur).