Gangues promovem paralisação e bloqueiam comércio de combustíveis no Haiti
Quadrilha pede que o primeiro-ministro Ariel Henry renuncie

Foto: Tereza Sobreira/Fotos Públicas
As gangues criminosas de Porto Príncipe, no Haiti, estão gerando paralisações e fazendo bloqueios na distribuição de combustíveis, na última quarta-feira (27), em toda a área, para pedir a renúncia de Ariel Henry, primeiro-ministro do país.
Uma das consequências das paralisações é o risco das redes de hospital de Porto Príncipe entrarem em colapso. O líder da quadrilha, ex-policial Jimmy Cherisier, mais conhecido como 'Barbecue', confirmou a exigência para a liberação do do porto de Varreux, localizado em Cité Soleil.
"As áreas sob o controle do G-9 estão bloqueadas por um único motivo: exigimos a renúncia de Ariel Henry", afirmou Cherisier em entrevista à Rádio Mega.
"Se Ariel Henry se demitir às 8h, às 8h05 vamos desobstruir a estrada e todos os caminhões poderão pegar combustível (...) Após a sua demissão, vamos participar na segurança do país, começando pelas nossas áreas. Ninguém poderá sequestrar em nossos bairros", disse.
As ações da gangue ganharam intensidade após o assassinato do presidente do Haiti, Jonevel Moïse, em julho. Além disso, o líder da quadrilha pede que o primeiro-ministro esclareça dúvidas sobre o envolvimento dele na morte do líder.
Em setembro, o procurador do Haiti, Bed-Ford Claude, foi demitido logo após um pedido de que a justiça investigasse o primeiro-ministro pela morte de Moïse. Até agora, mais de 20 mercenários foram presos pela morte do presidente.