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Gastos do governo em 2020 registram alta de 9,3% em relação ao ano anterior, aponta IBGE

Resultado reflete a queda de 6,5% da receita total

Por Da Redação
Ás

Gastos do governo em 2020 registram alta de 9,3% em relação ao ano anterior,  aponta IBGE

Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

A pandemia da Covid-19 e as medidas de enfrentamento adotadas pelos governos estaduais tiveram impacto nas finanças públicas federais, em 2020. A necessidade de financiamento líquida do governo geral registrada nas Estatísticas de Finanças Públicas aponta que a trajetória de queda do ano passado foi revertida, chegando a R$ 903 bilhões. O resultado reflete a queda de 6,5% da receita total frente a alta de 9,3% dos gastos das três esferas de governo em relação a 2019.

Essas informações constam nas Estatísticas de Finanças Públicas e Conta Intermediária de Governo 2020, elaboradas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em parceria com a Secretaria do Tesouro Nacional e o Banco Central do Brasil.

Benefícios Sociais 

Entre as categorias que tiveram maior impacto sobre os gastos, foram os benefícios sociais. As finanças registraram um aumento de 30,8%, visto que parte concentraram  parte expressiva dos recursos destinados ao enfrentamento da crise da pandemia

Na Conta Intermediária de Governo, os benefícios de assistência social – que incorporam o Auxílio Emergencial e o benefício do Programa Emergencial de Manutenção do Emprego e da Renda - tiveram crescimento de 324,2%. O valor saiu de R$ 97,8 bilhões em 2019, para R$ 415 bilhões em 2020.

Já os benefícios da seguridade social, que englobam, principalmente, os benefícios do Regime Geral de Previdência Social (RGPS), cresceram 7,2%, enquanto os outros benefícios de seguro social subiram 6,9%.

Investimentos

Os investimentos, a formação bruta de capital fixo, reverteram a queda em 2019 e registrou alta de 21,3%, saindo de R$ 92,9 bilhões para R$ 112,6 bilhões no ano passado.

Os governos municipais aceleraram os investimentos que, em 2019, já haviam crescido 28,3% e ampliaram essa alta para 44,3% em 2020. Seguindo a mesma direção, os governos estaduais apresentaram elevação de 8,6%, em contraste com a queda de 24,8% observada no exercício de 2019. Em contraposição aos demais níveis, o governo federal voltou a registrar queda nos investimentos em 2020, que foram reduzidos em 3%, ante a queda de 5% em 2019.

Receitas e impostos

A receita foi influenciada, em parte,  pelos efeitos compostos da queda de 1,8% das receitas de impostos e o decréscimo de 29,7% das outras receitas. As principais variações negativas foram nos impostos relacionados à atividade econômica, como aqueles sobre bens e serviços, com queda de 2,8%; os impostos sobre renda, lucros e ganhos de capital (1,7%) e as contribuições sociais (1,5%).

Em contraposição, os impostos sobre o comércio e transações internacionais (6,5%) e sobre a propriedade (3,3%) compensaram parcialmente as quedas das demais categorias. A elevação dos impostos sobre o comércio e transações internacionais tem explicação na desvalorização da taxa de câmbio do período (30,8%), mesmo com a redução no valor em dólar das importações.

“Dentre os impostos sobre bens e serviços, destaca-se o efeito negativo dos impostos sobre transações financeiras e de capital, com queda de 46,4%, resultado explicado, em grande parte, pela instituição da alíquota zero do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) para as operações de crédito entre 03/04/2020 e 26/11/2020 e entre 15/12/2020 e 31/12/2020, como parte das medidas de enfrentamento da crise”, informou o IBGE.

Entre as fontes que possuem contribuição relevante para as receitas totais e influenciam na sua redução, destacaram-se as rendas patrimoniais, que recuaram 43,2% no período. Esse resultado se deveu ao decréscimo das receitas com juros (28,2%), à redução da arrecadação de dividendos (56,1%) e à arrecadação das concessões de ativos não produzidos (58,2%).

De acordo com o levantamento, essas reduções se associam a eventos de 2019 que não se repetiram em 2020, como as receitas do leilão de excedente de cessão onerosa de petróleo e a ampliação da distribuição de dividendos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) naquele ano.

Remunerações

O levantamento ainda indica que alguns dos principais componentes dos gastos apresentaram elevação, contribuindo para o aumento da necessidade de financiamento líquida. As remunerações, embora tenham desacelerado ante o ano de 2019, mantiveram elevação (1,7%), pois foram afetadas, principalmente, pela esfera municipal. As despesas com bens e serviços também cresceram (2,6%). E as despesas com juros e subsídios caíram 17,6% e 25,3%, respectivamente.

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