Geografia estratégica: Presença nos EUA amplia alcance global de empresas brasileiras!
Especialista aponta que endereço americano facilita acesso à América Latina, Europa e Ásia, e aponta cinco dicas para internacionalizar com segurança

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Empresas brasileiras que instalam operações nos Estados Unidos têm utilizado o país não apenas como destino de expansão, mas como plataforma estratégica de distribuição global. Segundo levantamento da Ecco Planet Consulting, a presença em território americano pode elevar em até 40% a prospecção internacional, sobretudo quando há adequação ao mercado local e uso de programas estaduais de incentivo.
Dados do SelectUSA, programa do governo norte-americano para atração de investimentos, mostram que o Brasil foi o 12º maior investidor direto nos EUA em 2024, com aportes superiores a US$ 20 bilhões. Parte desse movimento envolve pequenas e médias empresas que buscam previsibilidade regulatória, operação em moeda forte e maior credibilidade internacional.
Segundo Alfredo Trindade, economista e CEO da Ecco Planet Consulting, consultoria sediada na Flórida com mais de dois mil projetos de internacionalização conduzidos, o fator geográfico é decisivo. “Estar nos EUA significa ter acesso direto a hubs logísticos e financeiros que conectam rapidamente empresas brasileiras com América Latina, Europa e Ásia. O endereço americano não é apenas simbólico, mas funcional: abre portas para redes de distribuição e investidores globais”.
Trindade observa que a presença nos Estados Unidos tem funcionado como selo de reputação para marcas brasileiras. “O mercado global vê o endereço americano como sinal de preparo e confiabilidade. Isso facilita negociações em outros continentes e acelera a entrada em cadeias globais de suprimentos”.
A consultoria aponta que, além da proximidade geográfica com mercados estratégicos, o país oferece incentivos fiscais estaduais, previsibilidade jurídica e acesso a linhas de crédito internacionais. No entanto, o especialista alerta que não basta abrir uma filial. “É preciso estudo tributário, adaptação cultural e validação de produto. Muitos fracassos que acompanhamos aconteceram por falta de preparo”, conclui.
Cinco dicas de Alfredo Trindade para internacionalizar com segurança:
- Validar o produto localmente – Testar a proposta com consumidores americanos, ajustando comunicação, embalagem e precificação.
- Escolher o estado certo – Incentivos fiscais, custos operacionais e proximidade de hubs logísticos variam muito entre Flórida, Texas e Califórnia.
- Estrutura societária sólida – Uma LLC por si só não basta; é preciso planejamento tributário e conformidade regulatória.
- Planejar em moeda forte – Operar em dólar amplia previsibilidade financeira e reduz riscos cambiais.
- Adaptação cultural – O que engaja no Brasil pode não ter adesão nos EUA; compreender hábitos de consumo e linguagem é essencial.


