Governo Federal gastou R$ 277,85 bi com pandemia, revela IFI
O Orçamento de Guerra autorizou R$ 511,27 bilhões

Foto: Agência Brasil
De acordo com os dados divulgados pela Instituição Fiscal Independente (IFI) na última segunda-feira (17), os gastos em créditos extraordinários para financiar o enfrentamento à pandemia da Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus, somaram R$ 277,85 bilhões. Segundo o levantamento, o valor equivale a 54,3% dos R$ 511,27 bilhões autorizados pelo Orçamento de Guerra.
A maior parte do recurso foi destinado para o pagamento do Auxílio Emergencial, criado pelo governo federal, de R$ 600/R$ 1,2 mil para mães solteiras. No total, foram destinados R$ 167,66 bilhões para o pagamento do benefício. O valor é equivalente a 65,9% da verba de R$ 254,24 bilhões. Nesta terça-feira (18), a Caixa Econômica Federal começa a pagar a quinta e última parcela para os beneficiários do Bolsa Família.
O segundo maior gasto foi destinado para ajudar os estados e municípios com recursos de combate à pandemia. Nesse caso, foram desembolsados R$ 30,1 bilhões. Já os gastos em ações de saúde para o enfrentamento à pandemia vêm em terceiro lugar, com R$ 23,68 bilhões executados. O montante equivale a pouco mais da metade (50,6%) do orçamento aprovado de R$ 46,78 bilhões.
Em quarto lugar, está o Benefício Emergencial (BEm), pago a trabalhadores formais que tiveram contrato suspenso ou jornada reduzida com diminuição proporcional dos salários. Nesse caso, o governo federal destinou R$ 20,09 bilhões, o equivalente a 38,9% da verba de R$ 51,64 bilhões. Em quinto lugar, foram os R$ 15,9 bilhões do Tesouro Nacional no Fundo Garantidor de Operações (FGO), que cobre eventuais calotes no Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Pronampe), com 100% de execução.
Ainda de acordo com a IFI, no primeiro semestre, a perda de receita líquida da União decorrente da crise econômica provocada pela pandemia somou 2,5% do Produto Interno Bruto (PIB). A despesa primária total cresceu 40,3%, acima da inflação, no período.
“A preocupação maior reside na incerteza quanto ao pós-crise. Desde já, discute-se a relevância de o governo dar sinalizações claras em relação ao compromisso com o retorno a um modelo de ajuste fiscal que permita restabelecer as condições mínimas de sustentabilidade da dívida pública. Neste contexto, o teto de gastos exerce papel importante”, destacou o relatório da IFI.


