Guedes acusa França e Bélgica de retardarem ingresso do Brasil na OCDE
Ministro participa do Fórum Econômico Mundial, na Suíça
O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse nesta quarta-feira (25), durante participação no Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça, que a Bélgica e a França estão agindo para retardar o ingresso do Brasil na Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), que reúne as nações mais desenvolvidas do mundo.
Ele disse, ainda, que os dois países adotam essa postura para proteger setores agrícolas da competição com o Brasil. Na ocasião, o ministro afirmou que a Europa "perdeu a Rússia" e vai perder também a América Latina como parceira comercial caso não haja uma maior integração entre os países. "A Bélgica e a França ficam retardando o acesso do Brasil à OCDE porque são protecionistas com sua agricultura. Conversando com eles dissemos: nos aceitem antes que se tornem irrelevantes para nós", disse Guedes. A OCDE, com sede em Paris, reúne 38 países, a maioria deles desenvolvidos.
Guedes também afirmou que França e Bélgica se tornaram comercialmente "irrelevantes" para o Brasil. Para ilustrar, ele citou que o Brasil comercializava US$ 2 bilhões por ano com a França e com a China no início do século e, agora, negocia US$ 120 bilhões anuais com a China e US$ 7 bilhões com a França.
Crescimento econômico
De acordo com Paulo Guedes, o Brasil deve crescer 2% neste ano, mais do que as economias consideradas desenvolvidas. A previsão do ministro para a expansão do Produto Interno Bruto (PIB) neste ano está maior do que a divulgada pelo Ministério da Economia na semana passada, de 1,5%.
Ele disse, ainda, que o crescimento do país será maior neste ano, com inflação mais baixa, porque o governo promoveu um ajuste nas contas públicas, contendo gastos, ao mesmo tempo em que o Banco Central começou a subir a taxa básica de juros mais cedo.