Há 20 anos, Chernobyl era desativada após pior acidente nuclear do mundo

Apesar de em abril de 1988 ter ocorrido um dos piores acidentes nucleares da história, só em 2000 a usina de Chernobyl, que deixou mais de 30 pessoas mortas instantaneamente e outras milhares devido aos sintomas de radiação, foi fechada, há 20 anos.  

Do dia do acidente, em 26 de abril, até outubro do mesmo ano, autoridades soviéticas tentaram abafar o tamanho da tragédia, negando que a causa da explosão teria sido por causa do reator que passava por um experimento no qual a equipe da usina cortou temporariamente os sistemas de segurança, em um exercício de testagem da capacidade da unidade.  

Mesmo após duas décadas, os impactos ainda estão presentes. Um levantamento da Organização das Nações Unidas (ONU) estimou que em 2018 a Ucrânia gastou de 5% a 7% do seu orçamento com atividades relacionadas ao acidente de Chernobyl. Isto porque além dos mais de 30 trabalhadores que morreram durante a explosão, pelo menos outras 4 mil sofreram com problemas de saúde após serem expostas à radiação.  

Com tantas mortes e doenças induzidas por radiação, o relatório da ONU, divulgado em 2005, rotula a tragédia na saúde mental como "o maior problema de saúde pública criado pelo acidente” e atribui parcialmente este impacto psicológico à falta de informações precisas sobre o desastre.

Em novembro do mesmo ano da explosão, autoridades soviéticas construíram uma espécie de cobertura em volta do reator 4, com uma tentativa de proteger o meio ambiente da radiação. Porém, os outros três reatores continuaram funcionando. 

Até que, em 1991, um grande incêndio forçou os oficiais da usina a desligarem o segundo reator da estação. Já em 1996, Chernobyl fechou o reator número 1 após o término de sua vida útil segura, mantendo apenas o número três em funcionamento. Mas, em 15 de dezembro de 2000, em um discurso transmitido pela televisão, o presidente ucraniano Leonid Kutchma anunciou o desativamento oficial da usina.