Haddad afirma que pode deixar governo para contribuir na campanha de Lula em 2026
Declaração foi dada em entrevista ao O GLOBO,

Foto: Antonio Cruz / Agência Brasil
Fernando Haddad, ministro da Fazenda no governo Lula, afirmou que há a possibilidade de deixar o governo para colaborar com a campanha de reeleição de Luiz Inácio Lula da Silva nas eleições de 2026. Declaração foi dada em entrevista ao O GLOBO.
"Eu tenho a intenção de colaborar com a campanha do presidente Lula. Eu não pretendo ser candidato em 2026, mas quero dar uma contribuição para pensar o programa de governo, para pensar como estruturar a campanha dele. A reação dele foi muito amigável. Ele falou: "Haddad, você vai colaborar da maneira que você preferir. E qualquer decisão que você tome eu vou respeitar. Mas vamos conversar", disse o ministro.
Ele avalia que o PT possui vários nomes com potencial nacional e que não há herdeiro único do legado de Lula. Também comentou o aumento da tensão com o Congresso e com o mercado financeiro, atribuindo a paralisação da agenda econômica à estratégia da oposição, que, segundo ele, tenta dificultar o avanço de projetos para obter vantagem eleitoral.
Sobre o arcabouço fiscal, Haddad justificou exceções recentes, como gastos com o Rio Grande do Sul, o Plano Brasil Soberano e programas sociais, afirmando que não são despesas estruturais. Admitiu, porém, dificuldades nas negociações sobre recursos para a Defesa e reconheceu a necessidade de reestruturar estatais como os Correios e a Eletronuclear. No caso dos Correios, defendeu um empréstimo para readequação e disse que a empresa precisará se “reinventar” diante da forte concorrência no setor de logística.
Haddad também voltou a criticar a manutenção da Selic pelo Banco Central. No entanto, disse confiar no presidente da instituição, Gabriel Galípolo, e afirma que futuras indicações serão técnicas. Ele destacou ações do governo contra fraudes no setor de combustíveis e defendeu medidas rigorosas contra bets irregulares, incluindo punições a fintechs, big techs e influenciadores.
O ministro afirmou ainda que sua participação em temas de segurança pública decorre do papel da Receita Federal no apoio a investigações, reforçado desde a criação de um núcleo de inteligência em 2023.


