Homem é acusado de racismo no sul da Bahia por negar ser vacinado por voluntária negra

Segundo estudante, homem disse que não queria ser vacinado por causa da cor da pele da mulher

[Homem é acusado de racismo no sul da Bahia por negar ser vacinado por voluntária negra]

FOTO: Reprodução | Prefeitura de Ilhéus

Uma estudante de enfermagem voluntária foi vítima de racismo após um homem se recusar a receber a vacina contra a covid-19 por ela ser negra. O caso aconteceu na última segunda-feira (17), em uma unidade de imunização na cidade de Ilhéus, no sul da Bahia.

A situação foi relatada pela estudante, identificada como Thais Carvalho, que está no último ano do curso e atua como voluntária na campanha de vacinação.

Thais, à imprensa, disse que o filho do homem fazia a ficha dele, quando o homem teria se recusado a ser vacinado por ela. Ao questionar o motivo, ele teria dito que não ia receber a vacina porque ela é negra.

"O filho dele fazia a ficha para ele receber a vacina. Então me abaixei para ficar na altura dele [o homem é cadeirante] e perguntei por que ele não queria ser vacinado. Ele me disse: 'Você é negra'. Fiquei sem reação e saí", disse a estudante.

Thais também disse que pretende prestar queixa contra o homem, porém, acha difícil ele ser identificado e punido: "Eu não fiz a ficha dele e, logo após a atitude racista dele, saí para aplicar as vacinas, estava com isopor e seringas na mão. Nesse dia, foram 550 pessoas vacinadas", justificou.

A estudante também demonstrou indignação com a situação. "Eu não acreditei nas coisas que ouvi. Ele se recusou a ser vacinado por mim, porque sou negra. Isso tirou o meu chão, eu fiquei em estado de choque".

Prefeitura de Ilhéus repudia caso de racismo

Em uma rede social, a prefeitura de Ilhéus divulgou uma nota de repúdio contra o caso de racismo contra a estudante.

"Infelizmente, ainda nos deparamos com comportamentos mesquinhos, que humilham as pessoas. Mas não vamos parar de lutar por uma sociedade justa e igualitária, combatendo qualquer tipo de violência e crimes de ódio e discriminação”, diz um trecho da nota. Confira abaixo:

 


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