Homem morto em operação na Bahia é apontado como responsável pelo assassinato de jovem que entregou namorado a facção criminosa

Gabriel Lima da Silva, conhecido como “Cobrinha”, foi um dos cinco suspeitos mortos na “Operação Vértice”, realizada em Porto Seguro, no sul da Bahia, na última quarta-feira (23). Ele é apontado como o responsável pelo assassinato de Anna Luiza Lima Brito, de 21 anos, ocorrido em 25 de junho, em Eunápolis.

De acordo com as investigações, Gabriel integrava o grupo que teria vingado a morte de Matheus Rodrigues de Souza, de 24 anos, assassinado em 23 de junho dentro de um mercado na mesma cidade. Matheus era namorado de Anna Luiza e, segundo a polícia, foi atraído por ela até o local, onde foi executado por traficantes de uma facção rival.

Gabriel fazia parte da mesma organização criminosa de Matheus e estava em Eunápolis no dia em que Anna Luiza foi sequestrada e morta.

Durante a Operação Vértice, quatro pessoas morreram e outras sete foram presas. A ação contou com a participação de equipes da Secretaria de Segurança Pública da Bahia (SSP-BA), das polícias Federal, Militar e Civil, além da Força Nacional. Foram apreendidos fuzis, pistolas, um rifle, munições, carregadores, veículos e drogas enterradas.

Caminho que ela escolheu

Segundo a Polícia Civil, Anna Luiza tinha envolvimento com o tráfico de drogas e utilizava as redes sociais para fazer transmissões ao vivo e vender entorpecentes ilegalmente. Há também indícios de que ela integrava uma facção criminosa local.

Após o crime, a mãe da jovem, Liliane Lima, desabafou nas redes sociais e afirmou que havia alertado a filha diversas vezes sobre os riscos do envolvimento com o crime.

“Isso que aconteceu com a minha filha é fruto da desobediência, da rebeldia, de achar que é dona do mundo. Jovem não pensa, acha que todo mundo está errado e só ele está certo”, disse.

Liliane contou que a filha dizia não ter medo de morrer, mas sim da forma como isso aconteceria. Ela relatou ainda que os vídeos do assassinato foram compartilhados nas redes sociais.

“Eu falei com ela: ‘Anna, da forma que você está vivendo, você não vai morrer com 80 anos, deitada em uma cama. Vai ser sofrido’. Só que eu não imaginava que seria tanto. Assistir aos vídeos que eles fizeram e espalharam pela cidade me arrebentou por dentro”, relatou.

A mãe da jovem afirmou ainda que não pretende clamar por justiça ou fazer manifestações pelo caso.

“Eu disse para ela que a gente ia sofrer, mas a vida ia seguir. É um caminho que ela escolheu. Quem entra no crime sabe tudo que pode acontecer e eu acho incrível a coragem e burrice que ela teve, porque ela não precisava. Anna Luiza tinha apoio e família, mas mergulhou de cabeça no crime. Descobrir quem fez isso não vai trazer minha filha de volta”, finalizou.

Até o momento, ninguém foi preso pelo assassinato de Anna Luiza. A Polícia Civil informou que há indicativos de autoria e que diligências seguem em andamento.