Ibovespa fecha acima dos 106 mil pontos e bate recorde histórico
Expectativa de juros mais baixos ofusca crise no PSL e protestos latinos

Foto: Agência Brasil
Acompanhando o otimismo dos índices americanos, o Ibovespa fechou acima dos 106 mil pontos pela primeira vez na história, nesta segunda-feira (21). Um dos principais motivos do otimismo é a expectativa de juros mais baixos e uma melhora na relação entre China e Estados Unidos.
O boletim Focus do Banco Central desta segunda trouxe uma expectativa ainda menor para a Selic neste ano. O mercado espera que a Selic termine 2019 a 4,50%, ante os 4,75% esperados antes.
Agora, a projeção geral se alinha à do Top-5, grupo que mais acerta as previsões, que já havia feito esse movimento no levantamento anterior.
2020 permanece com a projeção de Selic a 4,75% no agregado, mas o Top-5 reduziu o cenário para os juros a 4,25%, de 4,50%.
A Selic foi reduzida em setembro em 0,50 ponto percentual, para 5,50% ao ano, nova mínima histórica, com o BC indicando de forma explícita novo alívio monetário.
Enquanto juros mais baixos beneficiam a Bolsa, eles levam o real a se desvalorizar contra o dólar em um movimento conhecido como carry tarde —prática de investimento em que o ganho está na diferença do câmbio e do juro.
Os cortes na Selic diminuíram a diferença entre juros brasileiros e os dos EUA, que estão no menor patamar da história. Assim, o investimento em juros no Brasil fica menos atrativo e há retirada de dólares, o que eleva a cotação.
Além disso, o real foi pressionado pela desvalorização do peso chileno desta segunda, que contaminou moedas latinas. No Brasil, o dólar fechou cotado a R$ 4,132, alta de 0,3%.