Impacto do El Niño e aquecimento global registram calor recorde no brasil

O ano de 2023 tem sido marcado por temperaturas excepcionais no Brasil, com impactos significativos em áreas urbanas, agrícolas e na saúde pública, atribuídos, em grande parte, ao evento climático El Niño. Segundo análise da Folha, o evento atual, apesar de forte, não se equipara aos cinco El Niños mais intensos dos últimos 70 anos em nível global, porém, revela uma inédita anomalia de temperatura no país.

A elevação da temperatura média brasileira durante o evento de El Niño deste ano foi 5,7 vezes maior do que em ciclos anteriores. Esse aumento é indicativo do impacto do aquecimento global, resultado de ações humanas como a queima de combustíveis fósseis e o desmatamento, que se sobrepõem aos efeitos do El Niño.

A análise se baseia em dados da NOAA (Agência Oceânica e Atmosférica dos Estados Unidos), que monitora a temperatura do oceano Pacífico, e nas estações meteorológicas do Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia). A combinação do El Niño com o aquecimento global foi evidenciada por cientistas, como aponta estudo recente da WWA (World Weather Attribution), evidenciando um calor extremo que afetou várias cidades brasileiras no fim do inverno.

O aquecimento global aprofunda os efeitos do El Niño, intensificando as condições climáticas extremas. O inverno de 2023 foi o mais quente registrado em diversas capitais brasileiras, gerando ondas de calor extremo em várias regiões do país, causando enchentes, chuvas intensas, queimadas e secas em diferentes partes do território nacional. Este cenário de calor excepcional é um reflexo do impacto humano nas mudanças climáticas, influenciando significativamente o ciclo hidrológico do planeta.