Imprensa internacional aponta queda de popularidade e 'química' com Lula como motivações para Trump reverter tarifaço contra o Brasil
Jornais situados na Espanha, Argentina e Portugal publicaram matérias sobre recuo de Trump

Foto: Ricardo Stuckert/PR
Veículos de comunicação de diversos países indicam que o principal motivo para o presidente estadunidense Donald Trump ter suspendido o tarifaço de 40% sobre diversos produtos brasileiros se deu à queda de popularidade entre os cidadãos estadunidenses pela alta inflação dos alimentos, ou até mesmo pela "química" entre Trump e o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Segundo o jornal espanhol "El País", Trump iniciou uma "revisão de sua política comercial após perceber, embora não tenha admitido publicamente, que o custo de vida está impactando sua agenda política". Conforme divulgado pelo jornal, a Casa Branca busca há semanas medidas para enfrentar o problema do custo de vida no país.
Ainda segundo o El País, Trump busca reduzir os preços dos supermercados na semana em que as famílias celebram o Dia de Ação de Graças, o feriado mais popular do país, como um símbolo de sua nova estratégia política.
O Jornal argentino "La Nácion" também defende que a suspensão do tarifaço tem o intuito de "reduzir os custos para os consumidores americanos, numa tentativa da Casa Branca de reagir à sua derrota nas eleições locais no início deste mês."
Quando mencionada a derrota nas eleições locais, o jornal faz referência a vitória do socialista Zohran Mamdani na eleição para prefeito de Nova York. Mamdani foi o primeiro prefeito muçulmano eleito na cidade, e utilizou o custo de vida como principal argumento durante a campanha política.
Química entre Trump e Lula
Já o jornal "Público", sediado em Portugal, afirma que Trump "se rendeu à química" que ele disse ter tido com o presidente Lula, quando se encontraram na cúpula da Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova York.
Na manchete do jornal foi publicado: "Química entre Trump e Lula zera tarifaço sobre centenas de produtos brasileiros". O jornal destaca que o Brasil, que antes estava entre os países mais punidos pelos EUA, agora aparece entre os menos taxados.
Trump volta atrás com tarifaço
Donald Trump decidiu suspender, na quinta-feira (20), o tarifaço de 40% sobre diversos produtos brasileiros. A tarifa que havia sido imposta por Trump discordar com a condenação do ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro (PL), foi retirada de produtos como carne, café, cacau, manga, açaí, dentre outros.
O presidente Lula veio a público ainda na quinta e informou que ficou satisfeito com a retirada das taxas impostas sobre alguns produtos brasileiros. Segundo o presidente, o Brasil está sabendo lidar com a pressão das tarifas e obteve respeito dos EUA.


