Inadimplências de empresas crescem e preocupam bancos
Principais bancos brasileiros destinaram R$ 28 bilhões para bancar os calotes

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Com a crise gerada pelo novo coronavírus, inadimplências de empresas cresceram desde a pandemia de Covid-19 e já entraram no radar do sistema financeiro do Banco Central. O balanço do primeiro trimestre do ano foi divulgado pelo BC, e mostra que os quatro maiores banco do Brasil (Itaú Unibanco, Bradesco, Santander e Banco do Brasil) destinaram R$ 28 bilhões para bancar os calotes de empréstimos concedidos no último ano.
O BC realizou um teste de estresse para avaliar a capacidade do sistema financeiro diante da pandemia, e considera que, as provisões poderiam chegar a quase R$ 400 bilhões. O resultado é parte de um relatório feito pelo BC e, desta vez, apresentou estimativa do aumento da inadimplência das empresas diante da Covid-19.
Os calotes projetados, que viriam de um conjunto de empresas consideradas mais vulneráveis a corresponder as dívidas, juntas, somam mais de R$ 80 bilhões. Por meio de nota, o BC explicou que as informações se tratam de uma projeção para um cenário mais crítico, e que o pior resultado do sistema foi em 2016, quando os bancos precisaram fazer provisões de R$ 81,4 bilhões.
“O exercício é um choque que simula a perda de todas as operações num único momento. Na prática, isso ocorreria ao longo do tempo”, diz o BC, ressaltando que o sistema financeiro tem capacidade para enfrentar a crise, mas exigiria aporte de recursos.
A Corporate Consulting, que trabalha com reestruturação de companhias, realizou uma pesquisa que mostra que, atualmente, há um volume de R$ 93 bilhões de crédito que não cabe na conta das empresas. E desse total, 60% devem terminar em recuperação judicial.