Inflação: 25% da classe média compra no atacarejo por causa do aumento nos produtos

Empresa atacadista tem o objetivo de chegar ao final de 2024 com mais de 300 lojas em operação

[Inflação: 25% da classe média compra no atacarejo por causa do aumento nos produtos]

FOTO: Antônio Cruz/Agência Brasil

Produtos considerados itens de luxo começaram a fazer parte de atacarejos. De acordo com o Assaí, vice-líder do setor, com vendas anuais de R$ 46 bilhões, o momento serve para reformar os pontos que adquiriu do Extra em outubro para atender a crescente presença da classe média nas suas lojas. As informações são da Folha de S.Paulo.

"Cerca de 25% do nosso público pertence às classes A e B, enquanto na média da população esse percentual está em 14%", disse à reportagem Belmiro Gomes, presidente do Assaí. A presença do público de maior renda deve aumentar neste ano, diz ele, uma vez que a bandeira de atacarejo também vai ficar mais próxima das regiões centrais, após a aquisição de 70 pontos do antigo hipermercado Extra. 

Dados da consultoria Nielsen|IQ confirmaram a preferência desse público no mercado brasileiro de atacarejo. As famílias de classes A e B representam 34% do público. No varejo alimentar em geral, A e B somam 28%.

"Os consumidores das classes mais altas são atraídos para o formato cash and carry", diz Jonathas Rosa, líder de atendimento ao varejo da Nielsen|IQ, referindo-se ao nome técnico para atacarejo. "A classe AB vai a esse tipo de loja fazer uma compra de abastecimento, com um tíquete médio alto, algo que só é possível para essa faixa de renda", afirma Rosa, lembrando, porém, que o aumento do público dos atacarejos passa por todas as classes sociais, já que a inflação atinge a população como um todo.

O motivo da mudança é que as classes A e B foram pressionadas por uma inflação alta onde o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) chegou a 11,30% no acumulado de 12 meses até março. 

A meta da rede de supermercados é chegar ao final de 2024 com mais de 300 lojas em operação e um faturamento de R$ 100 bilhões.  "Não vamos chegar à Oscar Freire [centro de compras de luxo na capital paulista]. Mas estaremos mais perto de quem gasta mais", diz o presidente do Assaí. 


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