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Intervenção armada na Venezuela seria uma catástrofe humanitária e um precedente perigoso para o mundo, diz Lula

Presidente fez o alerta durante a Cúpula do Mercosul, em Foz do Iguaçu, e afirmou que pretende conversar com Donald Trump antes do Natal para defender uma solução diplomática

Por Da Redação
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Intervenção armada na Venezuela seria uma catástrofe humanitária e um precedente perigoso para o mundo, diz Lula

Foto: Foto: Ricardo Stuckert/PR

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou neste sábado (20), durante discurso na Cúpula do Mercosul, em Foz do Iguaçu, que uma eventual intervenção armada na Venezuela seria uma “catástrofe humanitária” para a América do Sul e abriria um “precedente perigoso para o mundo”. A declaração ocorre em meio ao aumento das tensões entre Estados Unidos e Venezuela nos últimos meses.

Segundo Lula, o continente sul-americano voltou a ser “assombrado” pela presença militar de uma potência que não pertence à região, em referência aos Estados Unidos. Para o presidente, a situação coloca à prova os limites do direito internacional.

“Passadas mais de quatro décadas desde a Guerra das Malvinas, o continente sul-americano volta a ser assombrado pela presença militar de uma potência extrarregional. Os limites do direito internacional estão sendo testados. Uma intervenção armada na Venezuela seria uma catástrofe humanitária para o hemisfério e um precedente perigoso para o mundo”, afirmou.

As declarações ocorrem em um contexto de escalada de tensão entre Washington e Caracas. Desde agosto, o governo dos Estados Unidos, liderado por Donald Trump, intensificou a presença militar no Caribe. Inicialmente, a Casa Branca alegou que a operação tinha como objetivo combater o tráfico internacional de drogas.

Trump também acusou o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, de financiar um “regime ilegítimo” com recursos do petróleo e de estar envolvido em crimes como tráfico de pessoas, assassinatos e sequestros. Maduro, por sua vez, acusa o governo norte-americano de tentar derrubá-lo.

Na última terça-feira (16), Trump afirmou que a Venezuela estaria cercada “pela maior armada já reunida na história da América do Sul”. O presidente dos EUA também determinou o bloqueio total de petroleiros sancionados que entram e saem do país e acusou a Venezuela, em redes sociais, de roubar petróleo e terras de empresas norte-americanas.

Lula busca diálogo com Trump

Diante do cenário, Lula disse que pretende conversar novamente com Donald Trump antes do Natal para tentar evitar uma escalada do conflito e defender uma solução diplomática para a crise.

“Não queremos guerra no nosso continente. Todo dia tem uma ameaça no jornal e nós estamos preocupados. Vai chegar o Natal e talvez eu tenha que conversar com Trump outra vez para saber o que é possível o Brasil contribuir para um acordo diplomático e não para a guerra”, declarou.

O presidente afirmou ainda que já manteve conversas tanto com Nicolás Maduro quanto com Trump e reforçou a defesa do diálogo como caminho para evitar conflitos armados.

“Eu tive a oportunidade de conversar com Maduro por quase 40 minutos, e depois com Trump. Falei para o Trump da preocupação do Brasil com a situação da Venezuela, que isso aqui é uma zona de paz, não é zona de guerra. As coisas não se resolvem dando tiro”, disse.

Em reunião ministerial realizada nesta semana, Lula voltou a mencionar o tema e relatou ter dito ao presidente dos Estados Unidos que o diálogo é menos custoso do que a guerra.

“Falei para o Trump que fica mais barato conversar e menos sofrível conversar do que fazer guerra. Se a gente acreditar no poder da palavra, a gente evita muita confusão na vida dos países”, afirmou.

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