Ipec: 39% dos brasileiros acreditam que futuro da saúde depende mais de Deus que de médicos
Maioria dos estrevistados afirma ainda que câncer assusta mais que pandemia

Foto: Agência Brasil
Dados do Serviço de Inteligência em Pesquisa e Consultoria (Ipec) mostram que a maioria dos brasileiros espera grandes avanços em áreas desafiadoras da saúde, como a oncologia, nas próximas décadas. Por outro lado, estão convencidos de que o futuro da saúde depende mais de Deus do que dos médicos e cientistas.
O levantamento ouviu 2.337 participantes, com amostras representativas dos moradores da capital e região metropolitana de São Paulo e das regiões metropolitanas de Salvador, Rio de Janeiro, Belém, Brasília e Porto Alegre. Os participantes afirmam esperar por grandes avanços terapêuticos em áreas complexas, como o câncer. Ao mesmo tempo, 39% está convencido de que o futuro da saúde depende de Deus, enquanto médicos ficam com 34% e os cientistas, com 27%.
Essa discrepância se torna mais evidente a partir da análise regional dos dados: 48% responsabilizam Deus na região metropolitana de Salvador (onde apenas 28% citam os médicos e 25%, a ciência). O principal contraponto, contudo, aparece na região metropolitana de Porto Alegre, em que 36% destacam a ciência e 33% apontam os médicos, ao passo que a responsabilidade divina é assinalada por 23%.
Câncer e pandemia
Dados da pesquisa mostram que um dos maiores desejos da população é o fim das mortes por câncer, apontado por 36% da amostra, enquanto 29% esperam que não tenhamos uma nova pandemia. No entanto, o maior desejo dos entrevistados é um futuro em que não existam doenças sem tratamento, alternativa escolhida por 44% – entre as pessoas com 60 anos ou mais esse percentual chega a 53% e se destaca também na região metropolitana do Rio de Janeiro, com 50%.