Isidório diz que vai pedir auxílio à CMS para enfrentar Covid-19 se eleito

Candidato à prefeitura de Salvador, Pastor Sargento Isidório é filiado ao AVANTE. Sargento aposentado da policia militar do estado da Bahia e pastor da "Fundação Doutor Jesus".

Nas eleições de 2016, enquanto candidato a prefeitura de Salvador, Isidório se declarou ex-homossexual. Para ele homossexualidade é uma escolha que se dá por três vias: “safadeza”, que significaria para ele ceder aos desejos sexuais mais “profanos”; pelo estímulo da “mídia”; ou porque pais e mães, no período da gravidez, desejaram um bebê de gênero contrário ao do nascimento do filho. 

Na Fundação Doutor Jesus, projeto social de tratamento de dependentes químicos que fundou em Candeias e mantém há 27 anos -  e recebe repasses de dinheiro do governo da Bahia - Isódorio conta sua história. Dos 6 anos aos 12 anos foi abusado por um primo. Aos 16, ele conseguiu o primeiro emprego de carteira assinada, como cobrador de ônibus. Com a liberdade financeira largou os estudos, a igreja batista, começou a beber, fumar e usar drogas e segundo ele, se relacionar com homens. 

Em 2018, o Pastor declarou que votaria no então candidato do PT à Presidência da República, Fernando Haddad, mas anteriormente pensava em não votar nele por acreditar  que Haddad era homossexual. Foi no mesmo pleito que ele se tornou o deputado federal mais votado da Bahia.

Na série de entrevistas que o Farol da Bahia realiza com os candidatos à prefeitura de Salvador, Isidório fala dos planos se for eleito, na sua luta para manter a Fundação e do seu mandato conjunto com Eleusa Coronel, esposa do Senador Angelo Coronel.

O que esperar de uma Salvador pós-pandemia? 

Temos que ser sinceros, as nefastas consequências sociais da COVID-19 para os soteropolitanos devem demorar de passar - infelizmente. Nossos técnicos já estão avaliando o orçamento 2021, vamos ter que pedir apoio à Câmara Municipal que se formará agora nas eleições a partir de uma cidade muito machucada pelo novo coronavírus com saldo terrível de mais de 2.800 famílias enlutadas em Salvador. Logo, puxando as "planilhas para as nossas mãos" e evitando toda sorte de desperdício, com certeza encontraremos recursos para atender o povo bom e trabalhador de Salvador. Quem vive hoje em Salvador sabe muito bem, a prioridade é o concreto (que também importante, mas ainda falta coração). Sob a minha gestão e de Eleusa vamos cuidar de gente de verdade, colocando as pessoas no eixo central das decisões da cidade. Vamos restaurar o importante expediente do Orçamento Participativo e a necessária Renda Social Salvador. Em valores que ajude o orçamento dessas famílias carentes aumentando dentro dos limites fiscais o número de famílias carentes beneficiadas em Salvador.

Estimamos 100 mil famílias a priori. Há mais de 8 anos nossa Capital figura no macabro pódio das capitais brasileiras com os maiores índices de desemprego do país. Números recentes do IBGE apontam que Salvador voltou a subir no ranking de desocupação entre as capitais, da 3ª posição no ano de 2019 para a 2ª posição nos primeiros três meses de 2020, agora estamos acima apenas de Manaus (AM).

O pior de tudo é que se Salvador vai mal, toda RMS decai. A Região Metropolitana de Salvador também apresentou aumento na taxa de desocupação, com 18,9% de pessoas desempregadas e procurando por emprego, segundo o IBGE - PNAD Contínua. Lamentavelmente, a RMS voltou a ser a Região Metropolitana do Brasil com maior taxa de desocupação, após encerrar 2019 na 2ª posição.

Quais os principais desafios da capital baiana e quais deles vão ser prioridade? 

Nossa principal proposta é cuidar das pessoas de verdade. Uma realidade que fazemos há quase 30 anos na Fundação Dr Jesus. Seja os 82% de negros que como eu formam a população soteropolitana, como também os brancos, os amarelos, os indígenas que independente de religião, coloração partidária, orientação sexual ou classe social são nossos irmãos. Por isso, o mote central da nossa campanha é: Vamos Cuidar de Gente! Em 8 anos da atual gestão, por exemplo, o orçamento de Salvador saiu de 3,7 bilhões por ano para mais de 8 bilhões (número aprovado pela Câmara de Vereadores para este ano). E esse recurso majoritariamente foi para obras, cimento, contratos, licitações etc e não para as pessoas. 

Eu e Eleusa pensamos em outro modelo de gestão para a Capital dos baianos. Somos forjados no social. Vamos fazer com que o recurso das multas, por exemplo, vá para educação do trânsito e os demais recursos da Prefeitura cheguem nos 170 bairros de Salvador, com equilíbrio e visão estratégica. Atraindo assim, novos e ainda mais investimentos em especial nos eixos periféricos da cidade (Cajazeiras, Subúrbio Ferroviário, São Caetano, Itapuã, Cidade Baixa, Nordeste de Amaralina, Pau da Lima, Liberdade). Lugares onde a roda da economia gira a favor de todos - gerando empregos e distribuindo renda. Respeitando e ouvindo sempre o nosso patrão - o povo soteropolitano!

Em síntese, vamos propor um novo contrato social entre os mais ricos, a classe média e os mais humildes da cidade: fazendo com que o dinheiro circule de verdade, incentivando a economia criativa, o empreendedorismo social e cultural buscando também recursos públicos e privados de modo que o maior patrimônio da cidade - o(a) soteropolitano(a) - melhore de vida de forma sustentável e longeva. Outro eixo estratégico do nosso Plano de Governo é a instalação de Escolas Técnicas Profissionalizantes para nossa Capital, sendo uma unidade em Cajazeiras, outra no Subúrbio Ferroviário e a 3ª em Brotas já em análise com os técnicos a construção da 4ª Escola Técnica no bairro da Liberdade, pois estes são os bairros mais populosos de Salvador. Quem passa na BR 324 entre Simões Filho e Candeias já visualiza a construção da 2º Escola Técnica da Bahia já em fase avançada cuja dois pavilhões se encontram prontos deste que será um exitoso projeto em nome de Jesus.

O que faria diferente da atual administração?

 Vou priorizar as pessoas, a retomada econômica e não cobrar multas e juros de empresários impactados pela COVID-19. Em outras palavras, vamos atrair empresas, reduzir impostos e taxas em trocas de mais empregos aos soteropolitanos no 1º ano fiscal. Além de conferir a necessária moratória aos milhares de empresários (de todos os tamanhos) em troca da manutenção de postos de trabalho, é claro! Uma moratória de verdade sem juros e pegadinhas e não a meia boca apresentada pela atual gestão.

Também vamos fortalecer nossas potencialidades estratégicas. Ali em Pirajá, Porto Seco, Castelo Branco e Valéria mesmo, há uma vocação natural para galpões logísticos e Centros de Distribuição, vamos, portanto, buscar ainda mais empresas do ramo para se fixar ali, criando uma rede integrada fomentando assim um polo logístico nesta parte muito importante da cidade.

Em Águas Claras, onde a nova rodoviária vai se instalar até 2022, vamos fomentar um novo e pujante eixo de comercial da cidade, fortalecendo parcerias e ações em comum com as demais cidades da Região Metropolitana. É o que o nosso Plano de Governo está chamando de consórcio de municípios nos moldes que o mui digno Governador Rui Costa fez com os demais Estado do Nordeste. A RMS tem 13 municípios ao total, já imaginou agirmos de forma coordenada e integrada, reduzindo valores de licitação? Todos os quase 4 milhões de baianos da RMS só tem a ganhar com isso... 

Outro bom exemplo é a Baía de Todos os Santos, uma das mais navegável do país e do mundo. Vamos buscar empresas, promover eventos, fomentando de vez o turismo náutico. Afinal, se faz necessário vender essa beleza natural ao Brasil e ao mundo de modo a gerar mais dividendos em prol de todos os soteropolitanos. Lamentavelmente, hoje essa pérola natural está subutilizada. 

Por fim, e não menos importante, vamos dar cada vez transparência à Administração Municipal, trazendo assim mais parcerias público-privado. Comigo e Eleusa na Prefeitura, Salvador vai virar um canteiro de obras voltadas às pessoas!

Quais os principais projetos para saúde, educação e geração de emprego em Salvador?

 Na saúde nossa meta é até 2024 zerar as filas das cirurgias eletivas da cidade via rede própria e parceria com as clínicas e hospitais particulares conveniados. Até lá também, a Rede Cuidar estará consolidada e por meio da tecnologia da informação e especialmente da valoração da prevenção e se Deus permitir vamos estar monitorando ativamente pelo menos metade dos soteropolitanos com doenças crônicas, como hipertensão e diabetes; e também enfermidades como câncer de mama e de próstata, além do acompanhamento de idosos e crianças até 6 anos de idade.

Ainda sob o guarda-chuva da Rede Cuidar já teremos concluído a Relação Municipal de Medicamentos, que em meio digital, permitirá aos cidadãos de Salvador visualizar não apenas quais os medicamentos a compõem, mas também a disponibilidade dos mesmos nos postos de saúde mais próximo da sua casa. Por fim, se DEUS quiser, já estará funcionando o 2º Hospital Municipal no Subúrbio Ferroviário e a Maternidade municipal, bem como a Central avançada de laboratórios para exames gratuitos com diversas especialidades médicas, imagens, ressonâncias, tomografia etc.

A Educação em nossa gestão mais do que uma prioridade, será um eixo estruturante da futura gestão Isidório e Eleusa. Nossa meta é chegar já no primeiro semestre de 2024 tendo zerado o déficit das vagas de creches e do ensino fundamental da rede municipal através do programa Escola do Futuro. Outra meta é já ter instaurado em todos os 170 bairros da cidade ações coordenadas muito importantes como Escolas Técnicas Profissionalizantes, o Observatório da Educação Municipal e o Centro de Referência do Professor Municipal. Outros compromissos de ouro na área educacional para Salvador são: ampliar as vagas de educação em tempo integral (hoje só 2,77% das escolas operam nessa modalidade); expandir o ensino básicas de inglês e espanhol na rede pública municipal e melhorar a capacitação dos professores e servidores da educação. Além, é claro, de passarmos a ter escolas conectadas, sustentáveis, com práticas modernas, a exemplo de implantação de energia renováveis, com reaproveitamento da água e materiais, tornando autossustentável.

Maximizar os Emprego e a Renda dos soteropolitanos será uma prioridade absoluta da gestão Isidório e Eleusa. Já no 1º dia do nosso governo colocaremos em prática o projeto chave para a retomada econômica da cidade: o Mais Emprego; Menos Impostos que consiste essencialmente em incentivar abertura de novos negócios, indústrias na cidade concedendo às empresas benefícios  no seu primeiro ano fiscal (quanto mais novos postos de trabalho gerados o<a> empresário<a> pagará menos impostos e taxas municipais). Além de por em ação uma moratória de verdade para as empresas com débitos tributários contraídos no período da pandemia do novo coronavírus. Ao fim do 1º mandato, certamente, Salvador não constará mais no pódio macabro que ocupa há mais de 8 anos como uma das capitais com mais desempregados do país. Este macro-objetivo será alcançado também por conta do novo centro comercial que nascerá no entorno da Nova Rodoviária em Águas Claras (Cajazeiras) até 2022, além do manejo mais eficiente de potenciais turísticos ainda não explorado, como por exemplo a nossa Baía de Todos os Santos, até lá com certeza já teremos novas marinas ao longo de toda Cidade Baixa e Subúrbio Ferroviário qualificando orlas historicamente esquecidas.

O que gostaria de deixar como marca em Salvador se ocupar a cadeira de chefe do Executivo municipal?

Que cuidar das pessoas é o maior e mais efetivo investimento que o Poder Público pode fazer aos cidadãos...

Porque você merece ser prefeito da cidade. O que te faz diferente dos outros candidatos?

Essa é uma resposta que exige de nós humildade. Em tempos de pouco crédito aos políticos ofereço aos soteropolitanos e baianos da RMS 30 anos de serviços às famílias já tendo auxiliado na recuperação de mais de 50 mil baianos que outrora estavam na lama das drogas. Humildemente, também convido todos a ver nas margens da BR324 a nova e muito importante fronteira da Dr Jesus, nossa Escola Técnica Profissionalizante, ainda em construção com previsão de entrar em funcionamento em fevereiro próximo. Em outras palavras, queremos para Salvador mais ação social, mais oportunidades cidadãs, mais educação e saúde. Afinal, o orçamento desta cidade-estado é de 8 bilhões/ano e como diz os relatórios do Tribunal de Contas do Estado já estamos acostumados a fazer mais com menos.