Israel considera aplicar 4ª dose de vacina contra a Covid-19

Israel está realizando estudos acerca da possibilidade de aprovação de uma quarta dose da vacina contra a Covid-19 para o público mais vulnerável. O objetivo é conter a rápida disseminação da variante Ômicron. No entanto, cientistas debatem sobre as incertezas da aplicação de mais uma dose do imunizante. 

Apesar dos especialistas que aconselharam o governo israelense reconhecerem as incertezas existentes sobre a quarta dose da vacina, na terça-feira (28), as autoridades do país recomendaram a aplicação, sob a alegação de que os benefícios irão superar os potenciais riscos. 

O governo de Israel, por meio das autoridades de saúde, apontou sinais de diminuição da imunidade alguns meses após a terceira injeção, e disse que qualquer atraso nas doses adicionais pode ser tarde demais para proteger aqueles que estão em maior risco.

No entanto, alguns cientistas alertaram que muitas aplicações da vacina, ou no caso muitas doses aplicadas em pouco tempo, podem causar  uma espécie de fadiga do sistema imunológico, comprometendo a capacidade do corpo de combater o coronavírus. 

Alguns membros do painel consultivo do governo levantaram essa preocupação em relação aos idosos, de acordo com um resumo escrito da discussão obtido pelo The New York Times. No entanto, outros médicos do país apontam para uma diminuição da imunidade nas pessoas com 60 anos ou mais, que foram os primeiros a receber a terceira dose a partir de agosto deste ano.

O primeiro-ministro de Israel, Naftali Bennett, entretanto, deixou claro que é a favor de uma quarto dose, e o ministro da Saúde, Nitzan Horowitz, sugeriu que essa nova rodada de aplicações poderia começar no último domingo. Mas na noite da última quinta-feira (23), o ministério da saúde não havia agido de acordo com o conselho, e um alto funcionário do ministério disse que estava esperando por mais dados de outros países.

Em contrapartida às recomendações das autoridades israelenses, alguns especialistas dizem que o governo de Israel ainda não fez o máximo de outras opções, como vacinar mais os não vacinados ou dar uma terceira injeção a cerca de um milhão de elegíveis cidadãos que até agora não receberam um.

Os estudos preliminares não apontaram uma real eficácia contra as formas graves da Covid-19. Mas, diante do medo de um grande surto da Ômicron durante o inverno, quando hospitais ficam lotados com pacientes com complicações de gripe e outras doenças respiratórias, o painel consultivo votou de forma esmagadora pela recomendação da quarta dose para pessoas com mais de 60 anos, aqueles com sistema imunológico comprometido e profissionais de saúde. Ela deve ser administrada pelo menos quatro meses após a pessoa ter tomado a terceira dose. 

O painel não recomendou uma quarta dose para a população em geral. Mas aconselhou a aplicação da terceira dose três meses após a segunda dose do imunizante ter sido aplicado, em vez da atual espera de cinco meses.