Israel declara que vai deportar ativistas de flotilha humanitária
A declaração aconteceu um dia após as embarcações, que levariam ajuda humanitária à Faixa Gaza, serem interceptadas

Foto: Reprodução/RedesSociais
O Ministério das Relações Exteriores de Israel informou, nesta quinta-feira (2), um dia após navios e soldados israelenses interceptarem as embarcações, que levavam ajuda humanitária a Gaza, que todos os ativistas a bordo da flotilha serão deportados. O órgão também disse que eles estão sendo conduzidos ao país para a realização dos procedimentos de deportação.
Ativistas de diferentes nacionalidades estavam a bordo, entre eles Greta Thunberg e o brasiliense Thiago Ávila. As Forças de Defesa de Israel (IDF, na sigla em inglês) começaram, nesta quarta-feira (1°), a interceptar barcos da Flotilha Global Sumud, que tentam levar ajuda humanitária à Faixa de Gaza. A flotilha conta com ativistas, parlamentares e civis de 44 países e mais de 50 embarcações, incluindo brasileiros.
A deputada Luizianne de Oliveira Lins (PT) estava em uma das embarcações, chamada de Grande Blu. Ela publicou um vídeo afirmando que as forças armadas de Israel a sequestraram de forma ilegal e autoritária. A vereadora Mariana Conti, estava a bordo do barco Sirius e o ativista brasiliense, Thiago Ávila, que participou da flotilha em outras ocasiões, seguia neste ano a bordo do barco Alma.
O ministério se referiu à flotilha como "Hamas-Sumud", em uma postagem na rede social X, e afirmou que os passageiros estão em seus "iates": “Passageiros do Hamas-Sumud em seus iates estão viajando em segurança e paz para Israel, onde seus procedimentos de deportação para a Europa começarão. Os passageiros estão seguros e com boa saúde”.
Ainda segundo eles, a "provocação Hamas-Sumud terminou" e que nenhuma embarcação conseguiu entrar "em uma zona de combate ativa ou violar o bloqueio naval legal". Eles também relataram que "todos os passageiros estão seguros e com boa saúde" e estão se dirigindo para Israel, de onde serão deportados para a Europa.
Apenas uma embarcação não foi interceptada e permanece distante de Israel, que, segundo o ministério, caso se aproxime, "também será impedida". Em uma da imagens mostram alguns dos ativistas sorrindo. Isso fez com que o Ministério das Relações Exteriores do Brasil divulgasse, ainda nesta quarta, uma nota que manifesta preocupação com a interceptação de embarcações:
“No contexto dessa operação militar condenável, passa a ser de responsabilidade de Israel a segurança das pessoas detidas”.