Joe Biden quer negociar com Maduro em oposição à estratégia de Donald Trump
Presidente eleito ainda pensa sobre a relação com o líder da oposição, Juan Guaidó

Foto: Reprodução/ Fox News
Assessores do presidente eleito dos Estados Unidos, Joe Biden, informaram nesta sexta-feira (18), que se preparam para negociar com o governo de Nicolás Maduro na Venezuela na tentativa de acabar com a pior crise econômica e humanitária do Hemisfério Ocidental. Com a medida, o governo Biden pretende pressionar por eleições livres e justas, oferecendo em troca o alívio das sanções, disseram fontes ligadas ao governo local, que pediram anonimato.
Em um distanciamento do governo atual do presidente, Donald Trump, que insistiu que só negociaria os termos da renúncia de Maduro, os assessores de Biden não definiram isso como pré-condição e estão abertos a negociações diretas. Os assessores do presidente eleito irão analisar as sanções existentes para determinar onde expandir as restrições com a ajuda de aliados internacionais e quais medidas poderiam ser suspensas se Maduro caminhar rumo ao objetivo democrático.
Ainda de acordo com as fontes ligadas ao governo local, a expectativa é de que países que apoiam Maduro, como Rússia, China e Irã, tenham um papel, assim como Cuba, que deseja melhorar as relações com os EUA. A equipe de Biden considera a crise da Venezuela o maior desafio diplomático a ser enfrentado no Hemisfério Ocidental. No total, mais de 5 milhões de pessoas deixaram a Venezuela nos últimos anos para escapar de crises econômicas, violência de organizações criminosas, falta de energia, escassez generalizada de alimentos e hostilidade do governo à dissidência.
Custo
O representante da Venezuela sinalizou interesse em estreitar as relações com a posse de Biden, tendo manifestado seu desejo de que o novo governo alivie as sanções, que impactaram na receita de petróleo do país. A economia venezuelana deve encolher cerca de 30% em 2020, de acordo com a Ecoanalítica, de Caracas.
Com a medida, Biden cumprirá sua promessa de Status de Proteção Temporária, que permitiria a permanência de venezuelanos que migraram para os EUA. Atualmente, uma das questões mais complexas para Biden é como ele lidará com o líder da oposição, Juan Guaidó, que reivindica a presidência. Os Estados Unidos e mais de 50 países reconheceram Guaidó como líder interino no início de 2019, quando ele assumiu o comando da Assembleia Nacional, reivindicando o posto de presidente sob a alegação de que Maduro havia fraudado as eleições de maio de 2018.